Foto © Samuel Mendonça/Folha do Domingo

A Câmara de Faro agraciou ontem, no Dia do Município em sessão solene que contou com a presença da ministra do Mar, Ana Paula Vitorino, o cónego Carlos César Chantre, vigário geral da Diocese do Algarve, com a Medalha de Mérito Municipal – Grau Ouro.

Na cerimónia, que teve lugar no cais comercial de Faro, após a passagem de revista à formatura dos Bombeiros Sapadores em parada e o hastear da bandeira no mastro do Navio-escola Sagres ali ancorado, as comemorações prosseguiram com a cerimónia dos agraciados que pretendeu distinguir “personalidades individuais ou coletivas, nacionais ou estrangeiras, que contribuam para o engrandecimento e dignificação do município e que se notabilizem pelo seu reconhecido mérito ou contributo para a comunidade ou que comportem notável destaque”.

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Na cerimónia, a distinção honorífica entregue ao cónego César Chantre pelo presidente da Câmara, foi justificada por ser “responsável por uma obra única em prol da comunidade”. Rogério Bacalhau, que destacou “os feitos já realizados por cidadãos e entidades ilustres que muito contribuíram para o engrandecimento de Faro”, referiu-se ao homenageado como “personalidade de prestígio incomparável no concelho, na região e em todo o país”.

O cónego Carlos César Chantre, sacerdote da Diocese do Algarve, é natural da cidade de Mindelo, na ilha de São Vicente (Cabo Verde), onde nasceu a 15 de maio de 1952.

O sacerdote chegou ao Algarve na década 70 do século passado para cumprir o serviço militar obrigatório em Tavira como preparação para a guerra em África, tendo entrado, em 1978 para o Seminário Maior de Évora.

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Foi ordenado a 28 de junho de 1986 na igreja matriz de Portimão pelo bispo do Algarve de então, o falecido D. Ernesto Gonçalves Costa, coadjuvado por D. Paulino Évora, então bispo de Santiago (Cabo Verde).

Depois de ordenado, foi nomeado prefeito do Seminário de Faro em setembro de 1986, assumindo também as funções de ecónomo. Durante os três anos em que ali trabalhou foi paralelamente professor de EMRC – Educação Moral e Religiosa Católica no antigo liceu de Faro e, em maio de 1987, D. Ernesto Costa nomeou-o diretor do Secretariado Diocesano da Pastoral Vocacional.

Em dezembro do mesmo ano, o então bispo do Algarve nomeou-o também diretor espiritual do Movimento dos Cursos de Cristandade e em janeiro do ano seguinte, capelão do Colégio de Nossa Senhora do Alto, em Faro.

Em agosto de 1989, foi nomeado pároco in solidum de Albufeira e de Pêra pelo novo bispo do Algarve D. Manuel Madureira Dias, funções que desempenhou até setembro de 1990, data em que aquele prelado o nomeou como pároco de Paderne.

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Na altura em que trabalhou em Albufeira e Pêra colaborou na criação de uma presença da Igreja na Universidade do Algarve e foi professor da disciplina de Moral e sua Didática na Escola Superior de Educação (ESE).

Em 1989, D. Manuel Madureira Dias convidou-o para capelão militar na região. Acabou por ser colocado no Colégio Militar em Lisboa, onde esteve um ano, apesar de continuar como pároco de Paderne e professor na ESE e de prosseguir também com o trabalho iniciado pelo pároco de Albufeira para criação da freguesia e paróquia de Ferreiras que mais tarde consolidaria, após a construção da igreja de São José.

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Em outubro de 1992 foi nomeado pároco de Boliqueime pelo mesmo bispo, passando a sediar-se naquela freguesia. D. Manuel Madureira Dias pede-lhe também que receba as irmãs salesianas em Paderne, onde também criou um Centro Paroquial para acolher idosos e crianças.

Termina a colaboração com a ESE, regressa a Tavira como capelão militar para o Algarve mas, entretanto, surge a necessidade de um capelão-chefe para a GNR, função que passa assumir, restabelecendo, durante quatro anos, a regularidade da ligação à capital, apesar de continuar como prior das paróquias algarvias.

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Em janeiro de 1996, D. Manuel Madureira Dias nomeia-o como assistente adjunto da Junta Regional do Corpo Nacional de Escutas e em abril de 2000 como pároco de Ferreiras, tendo passado a acumular com as funções de prior em Paderne e Boliqueime que desempenhou até junho de 2013.

Há cerca de 14 anos regressou ao Algarve como capelão regional da GNR, tendo pedido a passagem à reforma.

Entretanto, há 11 anos, regressou também ao Colégio de Nossa Senhora do Alto, tendo sido nomeado diretor daquela instituição educativa da Diocese do Algarve que acolhe cerca de 330 alunos.

A 19 de junho de 2013 foi nomeado, pelo atual bispo do Algarve, D. Manuel Quintas, cónego do Cabido da Sé de Faro, do qual é chantre, tendo tomado posse no dia 19 de julho daquele ano. É pároco de São Pedro de Faro desde setembro do mesmo, tendo sido nomeado pelo mesmo bispo.

No dia 6 de janeiro de 2015 foi nomeado responsável pelo Setor Diocesano da Pastoral familiar e em março de 2016 vigário geral da Diocese do Algarve.

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O sacerdote, que fez parte do Conselho Presbiteral, é ainda assistente do Setor Diocesano da Pastoral Universitária, sendo capelão da Universidade do Algarve, e do Setor Diocesano de Associações Profissionais, sendo o assistente espiritual do núcleo algarvio da ACEGE – Associação Cristã de Empresários e Gestores. Tem-se dedicado também, há mais de década e meia, ao acolhimento dos africanos no Algarve.

Na sessão solene de ontem, para além de funcionários da autarquia, foram igualmente agraciados o cidadão, ambientalista e defensor do património edificado, Fernando Grade, o empresário e dirigente desportivo João Rodrigues, o falecido antigo diretor do Teatro Municipal Joaquim Guerreiro, o advogado Jorge Leitão, o empreendedor Luís Ferrinho, o jornalista Ramiro Santos, as agremiações São Pedro Futsal, Futebol Clube São Luís e o Grupo 77 do Agrupamento de Escoteiros de Portugal, o mariscador e autarca, Victor Lourenço e o pintor Manuel Baptista.