O fogo, que consumiu um terço do concelho e afetou gravemente as atividades económicas da serra do Caldeirão, deflagrou a 18 de julho de 2012 na freguesia de Cachopo e prolongou-se por mais três dias, alastrando ao concelho vizinho de São Brás de Alportel, que foi também muito afetado.
“Um concelho que teve um terço do seu território ardido não pode ter um balanço positivo” um ano depois, afirmou o autarca Jorge Botelho, frisando que se “perderam sobreiros, colmeias, a apicultura foi muito afetada, assim como os hortícolas e a produção de árvores e caça na parte serrana também foi muito afetada”.
Por isso, o presidente da Câmara de Tavira referiu, ainda assim, que “muitas coisas foram recuperadas”, devido a esforços de várias partes.
“Mas há um sentimento de que muito do que existia nunca será recuperado, porque as pessoas têm uma certa idade e já não estão disponíveis ou não já têm força para voltar a investir”, sublinhou, realçando ainda que o “incêndio foi o mais estudado de sempre em Portugal nas suas consequências”, tendo sido “apontadas falhas graves na coordenação”.
Sobre a resposta pós-incêndio, o autarca considerou que o “Governo fez o que pôde” e referiu que já estão em reconstrução quatro das cinco casas de habitação prioritárias, ao abrigo do Contrato Local de Desenvolvimento Social que o Ministério da Segurança Social atribuiu a cada autarquia atingida, sendo que a primeira estará finalizada dentro de 10 a 15 dias.
O Ministério da Agricultura abriu uma linha de apoio para a reposição do potencial produtivo, à qual muitos “apicultores conseguiram concorrer apesar de a burocracia ser muita, mas falta apoios para a reflorestação, para a qual é preciso esperar mais um pouco, segundo nos disseram os técnicos”, contrapôs o autarca.
Segundo Jorge Botelho, é “certo que o município de Tavira tem perdas avultadíssimas na sinalética e na rede viária, que vai ter que suportar”.
Lusa