Os 39 jovens algarvios que participaram na Jornada Mundial da Juventude (JMJ) que ontem terminou em Copacabana, no Rio de Janeiro (Brasil), com a presença de mais de três milhões de pessoas, testemunharam ao vivo a atenção do Papa Francisco às desigualdades e os seus apelos à renovação da Igreja e da sociedade, a partir da juventude.
A primeira viagem internacional do pontificado ocorreu no âmbito da JMJ iniciada no passado dia 23 deste mês, que o Papa denominou como “festa da fé”, apresentando Jesus Cristo como a resposta definitiva às questões das novas gerações sobre o sentido da vida, ao contrário da “embriaguez” provisória do poder e do dinheiro.
Francisco falou da fé como uma “revolução”, tendo mais tarde convidado os participantes a assumir a missão de testemunhar e anunciar essa mesma fé nas “periferias” da humanidade, numa Igreja chamada a “promover a cultura do encontro”. “Não tenham medo de ir e levar Cristo para todos os ambientes, até as periferias existenciais, incluindo quem parece mais distante, mais indiferente”, apelou, na homilia da missa final de envio, a que presidiu ontem.
Já na vigília noturna que decorreu na véspera, no mesmo local, o Papa disse que “os jovens nas ruas são jovens que querem ser protagonistas da mudança”. “Por favor, não deixem que outros sejam os protagonistas da mudança, vocês é que têm o futuro”, exortou no sábado naquela celebração que contou com vários testemunhos e momentos artísticos e simbólicos e que teve como ponto alto a adoração ao Santíssimo Sacramento.
Nesta JMJ, que ficou ainda marcada pela visita de Francisco a uma favela, a um hospital onde ouviu testemunhos de ex-toxicodependentes e a jovens reclusos, os algarvios presentes integraram-se no programa previsto.
De 23 a 26, na parte da manhã, os jovens participaram sempre nas catequeses realizadas por idiomas pelos bispos e, de tarde, participaram na Feira Vocacional que teve lugar na Quinta da Boa Vista e nos Festivais da Juventude. À noite, no dia 23, participaram na missa de abertura da JMJ em Copacabana, no dia 24 no Festival da Juventude, no dia 25 na celebração de acolhimento ao Papa, e no dia 26 na Via-Sacra em Copacabana. A manhã de sábado foi de peregrinação para Copacabana para as atividades culturais que decorreram à tarde e para a vigília noturna.
Um dos frutos materiais desta JMJ será a construção do Bairro ‘Campo da Fé/Papa Francisco’ em Guaratiba, na zona oeste da cidade, o local inicialmente escolhido para a missa final que teve de ser abandonado por falta de condições devido à chuva e ao frio.
O arcebispo do Rio explicou que ali nascerá o bairro ‘campo da fé’ com o contributo financeiro dos jovens do mundo inteiro. “Os investimentos serão para o povo pobre, que vai lá morar”, revelou D. Orani Tempesta. O prefeito do Rio de Janeiro anunciaria depois a construção de casas para 20 mil pessoas em Guaratiba. “É um presente para a cidade, que vamos chamar de ‘Campo da Fé Papa Francisco’, referiu Eudardo Paes, segundo o qual o próprio Papa “vê com a maior alegria esse investimento tornar-se um legado para a população do Rio”.
Os 39 algarvios, que participaram na JMJ e que deverão chegar ao Algarve na próxima quarta-feira, eram oriundos das paróquias de Ferreiras (8) Lagoa (1), Loulé (2), Monchique (1), Paderne (1), Quelfes (6), Sé de Faro (6), Vila do Bispo (7) e do Caminho Neocatecumenal (7).
A JMJ de 2016 terá lugar em Cracóvia (Polónia), conforme anunciou ontem o Papa no final da missa de envio.
Redação com Ecclesia