A praia fluvial da barragem de Odeleite, freguesia do concelho de Castro Marim, teve visto favorável do Tribunal de Contas, pelo que a obra deve começar ainda este mês, devendo estar concluída fevereiro, anunciou na segunda-feira a Câmara algarvia.
Em causa está o projeto de construção do centro de atividades náuticas da barragem de Odeleite, que prevê a criação de uma piscina flutuante e áreas de apoio a atividades desportivas, e tem previsto um investimento de cerca de 600 mil euros, comparticipados pelo Programa Operacional CRESC2020, quantificou a Câmara de Castro Marim.
“A empreitada da construção da praia fluvial contempla 6.100 metros quadrados de área, com zonas verdes, piscinas flutuantes, apoios de praia, uma zona de estar e integra um Centro de Atividades Náuticas, cujo programa estratégico foi igualmente aprovado”, congratulou-se a autarquia do distrito de Faro num comunicado.
A mesma fonte apontou a canoagem, a vela, a pesca desportiva ou triatlo como exemplo das atividades desportivas que vão poder ser realizadas neste espaço, previsto no plano de ordenamento da barragem de Odeleite, a maior fonte de abastecimento de água para consumo e rega do sota-vento (este) algarvio, conjuntamente com a barragem do Beliche.
A autarquia considera que este projeto vai representar um “polo de atração e um importante contributo para o combate à sazonalidade e à desertificação” do nordeste algarvio, zona na qual a aldeia típica de Odeleite, a ribeira afluente do rio Guadiana e a barragem homónimas estão localizadas, a cerca de 20 quilómetros do mar.
“É uma conquista fundamental para o presente e para o futuro da população de Odeleite, que vem potenciar o turismo que já existe nesta zona, muito procurada pela gastronomia e paisagem, e que vem também acabar com a utilização ilegal e insegura desta barragem para banhos, como tem vindo a acontecer”, salientou o presidente da Câmara de Castro Marim, Francisco Amaral, citado no comunicado.
O autarca destacou também a importância da obra para “alavancar a economia local”, recordando que prevê “um projeto privado complementar ao investimento público” que representa “um contributo importante no combate à desertificação e ao despovoamento”.
A Câmara anunciou ainda que está também a preparar o projeto de “requalificação da área de lazer a jusante da barragem, onde habitualmente se realizam as festas locais” da aldeia e um dos pontos que, durante meses, provocou diferendos entre a maioria PSD e a oposição na autarquia.
Este e outros projetos causaram diferendos após as eleições autárquicas de 2017, nas quais Francisco Amaral (PSD) foi reeleito, mas sem a maioria absoluta, tendo ficado a presidir ao município com dois eleitos, contra dois do PS e um do movimento Castro Marim Primeiro.
Por causa desses diferendos, o presidente da câmara acusou a oposição de “bloquear” a sua gestão e apresentou a demissão, em abril, levando à realização de eleições intercalares para a Câmara algarvia em junho.
No escrutínio de dia 02 junho, Francisco Amaral recuperou a maioria absoluta, com três vereadores, contra dois do PS, numas eleições intercalares em que a CDU não consegui representação no órgão autárquico e o movimento Castro Marim Primeiro não se apresentou a votos, alegando motivos financeiros.