Foto © Luís Forra/Lusa

A antiga cidade romana de Balsa, no concelho de Tavira, vai ser alvo de uma campanha de escavações arqueológicas entre 19 de agosto e 06 de setembro, ao abrigo de um protocolo assinado hoje na Câmara de Tavira.

O projeto é promovido pela Universidade do Algarve(UAlg), através do Centro de Estudos de Arqueologia, Artes e Ciências do Património, mas junta também a Direção Regional de Cultura e a Câmara de Tavira, que vão ajudar na investigação e musealização e na logística, disse o reitor da academia algarvia, Paulo Águas.

Durante a cerimónia, o reitor referiu que este é um projeto que procura conhecer melhor as “origens do Algarve, num local que, pela sua localização geográfica, tem uma responsabilidade, um peso e um contributo importante para conhecermos aquilo que fomos e, por essa via, aquilo que somos”, referiu.

A mesma fonte considerou que com este campo de arqueologia em Balsa, cidade romana que remonta ao século I, vai permitir contar com estudantes e investigadores, permitindo que a universidade possa “cumprir a sua missão” e “contribuir para o enriquecimento e o desenvolvimento social e cultura da região”.

“Quando estamos a assinar memorandos e protocolos é para coisas que vamos tentar fazer, neste caso é para coisas que já estamos a fazer”, afirmou ainda o reitor, frisando que há “material tangível muito concreto” e que o objetivo passa por conhecer melhor a zona de implantação da cidade, onde já foram também identificados mosaicos, tanques de salga de peixe.

A Universidade do Algarve tem “uma candidatura aprovada ao CRESC Algarve” de cerca de 230 mil euros, comparticipado em 60% por fundos comunitários, para realização de prospeções geofísicas e trabalhos arqueológicos, estudos científicos, musealização e divulgação.

O trabalho vai ser acompanhado pelos investigadores João Pedro Bernardes e Maria João Valente, da parte da academia algarvia, e Cristina Teté Garcia, da Direção Regional de Cultura do Algarve, precisou o reitor.

Balsa situa-se na freguesia de Luz de Tavira, na zona da Torre D’Aires, numa área protegida localizada junto à ria Formosa.

As escavações vão decorrer em terrenos de domínio público e privados, que já está sujeita a uma Zona Especial de Proteção (ZEP), destacou a diretora regional de Cultura, Adriana Nogueira.

“Pensamos que esta cidade tem muito para dar ainda e a Direção Regional vai estar na fase de musealização – e será uma oportunidade para mostrar peças que já cá não estão -, mas também na parte da investigação, porque não tem só a seu cargo a salvaguarda do património”, sublinhou.

Aquela responsável adiantou que, um dia antes do fim da escavação, “vai haver um dia aberto” e desafiou todos os interessados “a visitar e ver como estão as escavações”, antes de “serem cobertas e protegidas a 06 de setembro”.

O presidente da Câmara de Tavira disse que a autarquia sempre trabalhou para que o processo avançasse “nos gabinetes, sem falar publicamente sobre a matéria”, e que agora vai avançar-se no terreno, para conhecer com mais detalhe o que lá está soterrado.

“Sabemos que está lá a cidade de Balsa, mas não conhecemos a dimensão do que lá está”, observou Jorge Botelho, agradecendo a colaboração das entidades parceiras do protocolo.