A Câmara de Faro vai atribuir o nome do falecido padre João Sustelo a uma praceta da cidade no próximo Dia do Município, 7 de setembro.
Incluído nas cerimónias oficiais daquele dia de festa, o descerramento do topónimo “Praceta Padre João Sustelo”, terá lugar pelas 15h junto à igreja de São Luís. A praceta em causa situa-se por detrás da pastelaria “Trigo Dourado”.
A homenagem ao sacerdote ocorre no ano em que se cumprem 40 anos da sua trágica morte. Foi a 5 de janeiro de 1979 que a Diocese do Algarve assistiu ao inesperado falecimento do padre João José Sustelo, de 35 anos, “vítima de trágico desastre de viação ocorrido na Estrada Nacional 125, perto das Ferreiras”, por volta da 1h, conforme noticiou a edição de 12 de janeiro daquele ano do jornal Folha do Domingo.
“De regresso de Armação de Pera, onde tinha orientado uma reunião dos Cursos de Cristandade, encontrou a morte num violento embate entre o seu automóvel e um carro pesado”, relata aquela edição, acrescentando que “os seus companheiros e responsáveis diocesanos daquele movimento cristão, Marcelino Pacheco da Silva e António Mateus Faustino Ferrinho ficaram gravemente feridos, encontrando-se internados no Hospital de Faro”.
O padre Sustelo, como era conhecido, foi um dos sacerdotes que mais marcou a história recente da Diocese do Algarve. Nascido em Estômbar a 2 de agosto de 1943, frequentou o Seminário de São José de Faro, seguindo depois para o Seminário de Cristo-Rei, dos Olivais, em Lisboa, onde concluiu o curso de Filosofia e Teologia.
Ordenado pelo então bispo do Algarve D. Júlio Tavares Rebimbas na Sé Catedral de Faro, a 31 de julho de 1966, juntamente com os padres Henrique Marreiros Varela e Manuel Augusto da Silva Santos, o sacerdote foi a 10 de setembro daquele ano nomeado professor e prefeito do Seminário de Faro. À causa das vocações sacerdotais consagrou grande parte da sua atividade.
A 3 de outubro de 1973 foi nomeado vice-reitor do Seminário, prosseguindo no seu programa de ação. Participou em Roma, durante alguns meses num Curso de Atualização Pastoral.
A 12 de novembro de 1975, foi nomeado pároco da freguesia do Conceição de Faro, múnus que exerceu, durante pouco tempo, por incompatibilidade com outros serviços a nível diocesano. Foi professor de Moral e de Português na então Escola Preparatória, no Liceu e na Escola Tomás Cabreira, em Faro.
Foi assistente do Secretariado Diocesano da Pastoral Juvenil. “No plano das realizações dos Secretariados Nacional e Diocesano do Ensino da Igreja nas Escolas, animou, incentivou e dinamizou muitas jornadas de estudo, de reflexão, de convívio e de espiritualidade, como encontros, cursos, acampamentos e a ‘Páscoa-Jovem’, que culminava com uma vivência da mensagem de libertação humana e cristã, no Santuário de Fátima”, escrevia edição de Folha do Domingo que noticiou a sua morte.
O sacerdote foi assistente do Corpo Nacional de Escutas e das Guias de Portugal, tendo sido um dos responsáveis não só pela implantação do movimento guidista no Algarve, mas também pela fundação de várias companhias de guias na região.
Foi ainda autor e encenador/ensaiador de várias peças de teatro e desempenhou o cargo de assistente do Secretariado Diocesano dos Cursos de Cristandade, movimento ao serviço do qual veio a falecer.