A Igreja algarvia despediu-se ontem da irmã Maria da Glória Pinto, da congregação das Carmelitas Missionárias, que vai regressar a Espanha.

A irmã Glória Pinto, natural de Marco de Canavezes, distrito do Porto, estava no Algarve desde 2010, mas anteriormente tinha estado de 1977 a 1990 e de 1995 a 2008, tendo sido uma das fundadoras da comunidade algarvia das Carmelitas Missionárias.

Ao longo destes 36 anos de serviço no Algarve, foi ainda catequista, orientadora de grupos, ministra extraordinária da comunhão, leitora e agente de acompanhamento espiritual de idosos, entre outros serviços. Desde 2010 era também a presidente do Secretariado Regional da CIRP – Conferência dos Institutos Religiosos de Portugal.
Ontem, na eucaristia, que teve lugar ao final da tarde na igreja de São Luís de Faro, para agradecer o serviço realizado pela religiosa, o bispo do Algarve explicou que “na vida consagrada, a mudança de comunidades significa despedimento também”. “Obriga-nos a nos libertarmos de tantas coisas inúteis que se vão acumulando ao longo dos anos. É a hora de se desfazer disso para ficar com o «pé mais leve» para seguir Cristo”, referiu D. Manuel Quintas.

“A oportunidade da irmã Glória ter sido transferida transformámo-la em oração”, prosseguiu, referindo-se ao “sentido de louvor ao Senhor por tudo aquilo que realizou na irmã Glória e, através dela, para a diocese, particularmente na cidade de Faro”. “Irmã Glória, obrigado!
Isto não é uma despedida. Na Igreja não há despedidas. É um até já. Continuamos vizinhos”, rematou o bispo diocesano.
A religiosa agradeceu a D. Manuel Quintas, ao pároco, padre Rui Barros, e aos restantes padres e diáconos presentes. Destacou a presença de jovens do último grupo de que foi catequista, do Carmelo Missionário Secular que acompanhou “durante bastante tempo” e das inúmeras consagradas. “Acho que estão aqui as comunidades todas das consagradas do Algarve de quem tive proximidade. Trabalhei com muito gosto e acompanhei estas comunidades e hoje tive a surpresa de que elas estivessem aqui”, afirmou.

A irmã Glória Pinto disse sentir “um carinho muito grande” pela diocese algarvia. “Acho que dei o melhor de mim, com muitas fraquezas como toda a gente, mas também acho que o Senhor me deu o dom em cada momento para realizar a minha missão”, afirmou.
“Fui missionária em África durante 10 anos, antes do Algarve, e continuo a ser missionária. Continuarei a ser missionária aonde a glória de Deus me envie. A vida consagrada é assim. Se calhar, estava a precisar de um desprendimento porque eu já me considerava «museu» desta diocese. Mas, à distância, rezarei e estarei sempre convosco numa atitude de ação de graças e de louvor. Vou para perto. Quando passe tudo isto que nos está a impedir de muita coisa tenho lá as portas abertas para receber-vos. Obrigada por tudo”, concluiu.
A religiosa seguirá para Trigueiros na vizinha Diocese de Huelva.