Com a aplicação do plano de redução de custos, cessou a actividade em 65 das 81 lojas do grupo, ficando em funcionamento 13 supermercados no Algarve e 3 na área de Lisboa até à decisão dos credores quanto ao futuro da empresa.

A generalidade dos 380 trabalhadores a quem a administração da Sociedade Cooperativa de Produtos Alimentares do Algarve (Alicoop) propôs a suspensão de contrato de trabalho “aceitou ficar em casa a partir de hoje”, disse à Lusa o porta-voz da Comissão de Trabalhadores.

Segundo José Carlos Parreiro, “há uma ou outra situação em que os trabalhadores não podiam ser abrangidos pela suspensão, mas quase todos puderam dar mais este contributo para a viabilização da empresa”.

À exceção dos cerca de 50 trabalhadores “que estão agregados às lojas que vão ficar abertas e à logística de distribuição associada”, todos os outros “têm o seu rendimento garantido pelo Fundo de Desemprego”, garantiu o presidente da administração da Alicoop, José António Silva.

“É claro que preferíamos que as coisas nunca tivessem chegado a este ponto, mas acabaram por decorrer com normalidade”, observou.

A Alicoop – que detém as empresas Alisuper, Macral e Geneco – foi obrigada a reduzir a actividade do grupo em cerca de 90 por cento, após o fracasso das negociações dos credores em relação à viabilização do grupo de retalho algarvio.

O plano de viabilização, que prevê a reconversão da maior cadeia de supermercados do Algarve numa insígnia internacional, tem o aval do maior credor, o Millennium BCP, mas não da Caixa Geral de Depósitos (CGD).

O banco do Estado tem-se mostrado indisponível para garantir mais 1,2 milhões de euros de financiamento ao grupo, argumentando, segundo fonte oficial contactada pela Lusa, já ter “levado o seu nível de apoio até ao limite”.

José António Silva, que também preside à Confederação do Comércio e Serviços de Portugal (CCP), refere ter conhecimento de que “o plano de viabilização já terá sido aceite pelo Tribunal de Silves”, pelo que aguarda agora a notificação dos membros da comissão de credores e o agendamento da assembleia de credores, “que se prevê tenha lugar na segunda quinzena de março”, acrescentou.

Até lá, a administração da Alicoop espera que os bancos credores “encontrem uma solução e que votem favoravelmente o plano, para reabrir todas as lojas já com a nova filosofia de negócio”.

Lusa