“A Misericórdia de Deus” foi o tema central da homilia de D. Manuel Neto Quintas, proferida durante a Eucaristia do IV Domingo da Quaresma.
«Deus faz jus à sua caraterística predominante de ser clemente e compassivo, lento para a ira e rico de misericórdia e fidelidade (Ex. 34,6) e encontra sempre forma de dar ao seu povo a possibilidade de recomeçar, de refazer o caminho de esperança e de vida». Este ponto, destacado pelo prelado algarvio e presente na I Leitura desta celebração, é reforçado ao longo de todos os textos lidos neste IV Domingo da Quaresma. «O amor de Deus é sempre desmedido, total, sem reservas, gratuito» e, por isso, referiu o Bispo do Algarve, também «explica o sentido da cruz de Cristo», já que a vida eterna «é dom de Cristo crucificado e ressuscitado, abraço de luz e de vida do tamanho do mundo», pois «Deus não enviou o Filho ao mundo para condenar o mundo, mas para que o mundo seja salvo por Ele». Deus dá-nos, pois e sempre, «uma nova oportunidade para recomeçar cada dia, com mais esperança e mais confiança», como sugeriu Jesus a Nicodemos, o fariseu que, no Evangelho, se encontrou com Ele e com quem conversou longamente. Se «a serpente de bronze erguida por Moisés no deserto», que curava quem para ela olhava «das mordeduras mortíferas das serpentes que tinham invadido o acampamento do Povo de Israel» é «imagem prefigurativa da sua cruz», disse D. Manuel Neto Quintas, a própria cruz de Cristo «acolhida na fé, é garantia de vida nova e eterna». Por isso, a Misericórdia assumiu um rosto humano em Cristo e Cristo é o rosto da misericórdia do Pai.
Este IV Domingo da Quaresma é, precisamente por abordar o tema da misericórdia, «designado e celebrado como domingo laetare», ou seja, da alegria, conforme explicou o Bispo do Algarve no início da celebração, destacando, ainda, outras razões para esta celebração da alegria: a «proximidade da Páscoa, o que deve constituir para motivo de ânimo em prosseguir o nosso caminho de conversão pessoal», «a evolução favorável, após dois meses de confinamento, dos resultados na luta contra os efeitos da pandemia», que «nos permite retomar a celebração pública da Eucaristia» e o «oitavo ano da eleição do Papa Francisco».
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