Os símbolos da Jornada Mundial da Juventude (JMJ) visitaram na passada sexta-feira os utentes dos lares da Santa Casa da Misericórdia de Silves.

Foto © Samuel Mendonça/Folha do Domingo
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A instituição tem 96 utentes nos dois lares e 60 no Centro de Dia e Apoio Domiciliário. Para além disso acolhe mais 20 na Unidade de Cuidados Continuados e tem cerca de 700 beneficiários (pertencentes a cerca de 120 famílias) do Rendimento Social de Inserção, ao abrigo do protocolo estabelecido com a Segurança Social para a gestão daquele apoio. Na área da infância tem 176 crianças em creche, pré-escolar e ATL.

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Na sexta-feira, idosos e crianças aguardavam em festa a chegada da cruz peregrina e do ícone de Nossa Senhora. Os mais novos, que abanavam energicamente as bandeirolas com o logótipo da JMJ 2023 que se realizará em Lisboa, foram convidados a ajudar a levar a cruz até aos idosos. O pároco de Silves rezou com as crianças uma Avé Maria pelas suas famílias, antes de a cruz dar entrada no salão com os idosos para a oração do terço que antecedeu a celebração da Eucaristia.

Foto © Samuel Mendonça/Folha do Domingo
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O padre Nelson Rodrigues convidou os idosos a rezar por todos e pelas suas famílias “neste combate à pandemia”. O sacerdote desafiou-os a “agarrar no terço e oferecer as suas orações por todos os jovens que estão a «dormir»”, referindo-se a vidas sem sentido, “e que precisam ser acordados”. “Não vamos rezar pelos jovens só da nossa freguesia porque isso é egoísmo. Vamos rezar pelos jovens que não conhecemos, os jovens de todo o mundo, os jovens pobres, os abandonados, os presos. Vamos rezar por todos os jovens”, afirmou, pedindo aos idosos que acolham a Deus na sua vida.

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“Se já acolheste Jesus e estás disponível para fazer a sua vontade, então preocupa-te com uma única coisa: mostra a tua fé e a tua vida aos outros, principalmente aos jovens”, prosseguiu, questionando sobre a sua “disponibilidade de ser exemplo para as gerações que vêm atrás”. “Que legado vou deixar aos meus familiares, aos mais jovens deste mundo?”, questionou.

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No final da celebração, os idosos foram convidados a irem junto dos símbolos para fazerem uma oração e tocarem-lhes.

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O provedor daquela instituição, que emprega 160 funcionários, disse ao Folha do Domingo ser importante que os idosos não fiquem à margem da JMJ 2023, “um projeto maior que mobiliza o país inteiro e que lhe vai dar grande significado”. “Para eles é importante, neste contexto de pandemia, poderem ter esta participação”, afirmou Luís Santos, acrescentando que aquele acontecimento “mobilizou a instituição para fazer a receção, quer com as crianças, quer com os idosos”, com a sua preparação prévia e o evento propriamente dito.

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Aquele dirigente concordou que a iniciativa ajuda na retoma pós-pandemia. “Todas as pessoas que estiveram aqui foram sujeitas durante largos meses a um isolamento forçado mais intenso do que a maioria da população pode pensar. Isto também é importante para os funcionários para perceberem que a vida lentamente regressa ao normal. Para os funcionários foram momentos difíceis que eles viveram durante um ano com o terror de serem eles os causadores de algum surto para dentro da instituição, pese embora todas as medidas que tomámos para evitar esse sentimento. Havia sempre essa presença terrífica de se acontecer alguma coisa os funcionários terem esse ónus, que nunca seria uma responsabilidade”, contou.

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Os símbolos da JMJ estão a percorrer o Algarve até ao dia 27 de novembro, segundo um itinerário que já divulgado. Naquele dia serão levados até Mértola, onde serão entregues aos representantes da vizinha Diocese de Beja.

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A Cruz da JMJ foi entregue pelo Papa João Paulo II aos jovens em abril de 1984 e marcou o início de uma peregrinação da juventude de todo o mundo; em 2000, o mesmo pontífice confiou aos jovens uma cópia do ícone de Nossa Senhora ‘Maria Salus Populi Romani’.

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