“Volvidos 50 anos ainda gosto mais de ser padre. Bendito seja Deus!”. A afirmação é do padre Joaquim Martins dos Santos, pároco aposentado do Patriarcado de Lisboa, que ontem celebrou em Quarteira os 50 anos da sua ordenação sacerdotal e que desde 1969 colabora com aquela paróquia algarvia.
O sacerdote, por via da amizade com o padre Elísio Dias, anterior pároco de Quarteira, começou a vir naquela altura para o Algarve para substituir anualmente o amigo nas férias. A partir de 2014, depois de o padre Elísio Dias se aposentar, continuou a substituir o atual pároco de Quarteira nas suas férias, padre José Joaquim Campôa.
Há três anos, após a sua aposentação, o padre Joaquim Martins veio definitivamente para o Algarve. “Espero morrer aqui em Quarteira”, afirmou perentório ao Folha do Domingo, depois da Eucaristia dominical a que presidiu ontem de manhã na igreja de São Pedro do Mar.
Natural de Freiria, Torres Vedras, onde nasceu em 1941, o padre Joaquim Martins entrou no Seminário de Santarém, prosseguiu estudos no Seminário de Almada, onde conheceu o padre Elísio Dias, e por fim, completou a formação no Seminário dos Olivais.
Foi ordenado a 19 de dezembro de 1971, na paróquia de Arroios da sua diocese de Lisboa. Ali trabalhou em diversas paróquias, primeiro na zona da Merceana de Alenquer, seguindo-se Arroios, Lourinhã e Silveira (Torres Vedras). Durante 19 anos foi ainda formador no Seminário de Penafirme.
“O meu obrigado a Deus por estes 50 anos de serviço eclesial”, afirmou no final da Missa de ontem, acrescentando que a paróquia de Quarteira “tem estado sempre presente” no seu coração ao longo destes 50 anos. “Fui sempre muito bem acolhido e amado pelos párocos e pelo povo cristão. Mesmo agora fui revestido deste bonito paramento que o senhor prior, em vosso nome, me ofereceu”, prosseguiu, exibindo a casula. “Muito obrigado por tudo, pela vossa oração particularmente”, agradeceu.
“Há 50 anos fui consagrado para proclamar a palavra de Deus, dando luz à vida concreta das pessoas”, lembrou, exemplificando: “celebrar a festa da vida pelo santo Batismo; celebrar a Eucaristia nas comunidades cristãs e nos grupos; manifestar o perdão de Deus aos que se sentem culpados; acompanhar as crianças, os jovens e as famílias na sua caminhada cristã; ungir os doentes e idosos e prepará-los para o grande encontro com Deus”.
“Mas ser padre para mim é muito mais. É uma nova forma de ser homem e de ser cristão. É realizar uma missão dada por Deus, para a qual fui ungido e enviado. É um caminho de realização humana e cristã em ordem à santidade. É um caminho heroico feito de vitórias e de fracassos, mas sempre apoiado por Aquele que me chamou”, complementou, dando “graças a Deus por todos os dons, carismas, espirituais, morais, artísticos e até materiais”.
O sacerdote agradeceu ainda à Igreja por tê-lo “acolhido” e “feito crescer”, bem como à paróquia de Quarteira e aos seus párocos e aos presidentes da Junta de Freguesia.