As paróquias de Barão de São Miguel, Bensafrim, Luz de Lagos, Santa Maria e São Sebastião de Lagos têm novo pároco e vigário paroquial desde hoje.

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Foto © Samuel Mendonça/Folha do Domingo

A entrada e a apresentação dos padres Nelson Rodrigues, de 33 anos, como pároco, e Vasco Figueirinha, de 34 anos, como vigário paroquial, teve lugar na igreja de Santa Maria de Lagos, onde foi celebrada Eucaristia esta manhã, presidida pelo bispo do Algarve.

Após o acolhimento a D. Manuel Quintas e ao novo pároco pelos cessantes à porta da igreja, o bispo diocesano aspergiu o povo e dirigiu-se ao sacrário, onde permaneceu em oração com o padre Nelson Rodrigues.

D. Manuel Quintas procedeu depois à apresentação do novo pároco e do vigário pastoral às comunidades, manifestando-se “feliz” por a diocese ter conseguido “encontrar resposta na diocese” para a “dificuldade” com a saída dos padres da congregação do Santíssimo Redentor (redentoristas) a quem estiveram entregues aquelas paróquias ao longo de 53 anos. “Não há aqui rivalidades. Há fraternidade e comunhão eclesial”, destacou, acrescentando a “grande ação de graças” pelos anos de serviço dos missionários redentoristas no Algarve.

O bispo diocesano lembrou que “o padre muda de paróquia, de residência e de serviço, mas a família é a mesma: a Igreja diocesana do Algarve”. D. Manuel Quintas referiu que o padre Nelson Rodrigues “vai ser pároco a tempo pleno”, enquanto o padre Vasco Figueirinha “vai conciliar o serviço paroquial ao fim de semana com o Curso Superior de Música que a diocese lhe pediu para fazer”.

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Foto © Samuel Mendonça/Folha do Domingo

O recém-reformulado rito de entrada do novo pároco prosseguiu com a leitura da provisão de nomeação, o seu juramento de fidelidade ao colégio presbiteral, ao bispo, ao papa e a toda a Igreja e a entrega da chave da igreja. Após a felicitação do bispo diocesano e dos párocos cessantes, teve lugar a apresentação ao Conselho Pastoral Paroquial e os cumprimentos deste ao novo pároco, terminando com a manifestação de intenção do novo prior aos membros daquele órgão consultivo.

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Foto © Samuel Mendonça/Folha do Domingo

O bispo do Algarve convidou depois o novo pároco a aspergir a assembleia e a beijar o altar e a incensá-lo, bem como à padroeira da paróquia. Um dos membros da comunidade, pertencente ao Conselho Pastoral, agradeceu ao bispo diocesano e dirigiu-se ao novo pároco.

Na homilia, D. Manuel Quintas apelou à corresponsabilidade dos leigos na Igreja.

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Foto © Samuel Mendonça/Folha do Domingo

Aquele responsável católico referiu-se ao trabalho de mais de meio século dos missionários redentoristas naquelas paróquias e anunciou que o padre Abílio Almeida, um dos párocos cessantes, continuará por mais algum tempo em Lagos para assegurar a transição.

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Padre Nelson Rodrigues – Foto © Samuel Mendonça/Folha do Domingo

D. Manuel Quintas frisou que o “esforço feito pelos missionários redentoristas” em continuarem no Algarve aqui até esta altura permitiu que pudesse “levar para a frente uma reflexão de reestruturação da diocese com nova programação da pastoral paroquial em chave missionária”. “A nossa diocese está muito grata”, afirmou, agradecendo ao superior provincial dos missionários redentoristas: “padre Rui Santiago, muito obrigado!”.

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Foto © Samuel Mendonça/Folha do Domingo

A celebração, que contou com a presença da presidente e vice-presidente da Assembleia Municipal de Lagos, dos vereadores do executivo camarário e dos presidentes das Juntas de Freguesia, prosseguiu com a renovação das promessas da ordenação sacerdotal e a profissão de fé do novo pároco. No final houve ainda um gesto simbólico: D. Manuel Quintas convidou o novo pároco a sentar-se na cadeira presidencial e a dirigir uma breve saudação à comunidade.

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Padre Vasco Figueirinha – Foto © Samuel Mendonça/Folha do Domingo

O padre Nelson Rodrigues apresentou-se como alguém “com muitos defeitos” e “com algumas qualidades” para dizer que há uma, de entre estas últimas, “que facilmente resvala para um defeito”. “Preciso de vocês para que isso não aconteça”, afirmou. O sacerdote revelou que essa qualidade é “não estar parado”. “Não sei estar quieto. Este padre, que agora vos é confiado, pode ter muitos defeitos, mas um que não tenho é ser preguiçoso e cair na ociosidade. Trabalho muito. Qual é o perigo no meio disto tudo? É o de um pai ou mãe que, possivelmente, dedicam-se tanto a dar tudo aos seus filhos que não deram o essencial: estar com os filhos. Conto com estas comunidades paroquiais para me chamarem a atenção cada vez que cair num ativismo tal que me esqueça do essencial”, pediu.

O novo pároco garantiu estar em Lagos “inteiro e inteiramente para servir”. “O padre que sou hoje aprendi a sê-lo e devo-o muito a cada silvense. No entanto, não ficou um pedacinho de mim em Silves”, assegurou, agradecendo ao bispo diocesano pela nomeação. “Apesar de o senhor bispo colocar um grande peso sobre mim, traduzo esse peso como um gesto de confiança na minha pessoa”, referiu.

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Foto © Samuel Mendonça/Folha do Domingo

Aos novos paroquianos pediu que não se habituem a ter dois sacerdotes a trabalhar naquelas paróquias. “Apesar de sermos dois agora, toda a pastoral destas terras deve ser preparada num outro sentido. Por isso mesmo, a liderança laical, a formação de todos, o assumir o compromisso da vocação batismal vão deixar de ser slogans”, afirmou.

“Devemos ser, a partir de hoje, comunidades que mostrem a toda a Igreja ser uma inspiração para todos de que é possível organizar as comunidades paroquiais mesmo com um número reduzido de sacerdotes. Isto significa que o sacerdote tem de se restringir àquilo que é a essência da sua vocação”, prosseguiu, lançando uma questão: “Estão todos disponíveis para trabalhar comigo e a sério? Para agarrar este projeto da Igreja diocesana que o senhor bispo apresentou e sermos uma Igreja em que cada um viva a sua vocação?”.

Após a resposta assentida das comunidades, agradeceu pelo legado que deixaram os missionários redentoristas. “Procurarei dar uma continuidade àquilo que vocês mais amaram na presença deles ao longo destes 50 anos”, prometeu, aludindo à possibilidade de encetarem “caminhos novos”, mas respeitando sempre aquilo que aqueles “homens de Deus” deixaram em Lagos.

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Foto © Samuel Mendonça/Folha do Domingo

O pároco, que ainda rezou pelos paroquianos falecidos, e o vigário paroquial foram simbolicamente presenteados com uma planta que deverão cuidar à semelhança do que devem fazer com as comunidades. Aos missionários redentoristas foi-lhes ofertada uma placa à longa missão realizada no Algarve.

Após a celebração, realizou-se a assinatura das atas de posse.

Bispo do Algarve agradeceu a “grande sementeira” dos missionários redentoristas na diocese

 

Bispo do Algarve nomeou párocos, vigários e administradores paroquiais para várias paróquias