Um dos membros da equipa redatora do novo itinerário para a catequese em Portugal disse ao Folha do Domingo que aquele projeto se encontra na fase de elaboração dos materiais.
O padre Manuel Queirós, sacerdote da Diocese de Vila Real, formado em catequética e concretamente ligado à dimensão do “discipulado missionário”, explicou que “os primeiros a serem contemplados poderão ser os adolescentes” por causa da Jornada Mundial de Juventude de 2023.
O sacerdote acrescentou que o plano já apresentado é “apenas o esqueleto” do projeto. Entretanto, “foi feito um trabalho intermédio de escolha de conteúdos e de modos de como podem ser tratados”, contou.
Relativamente ao “modo de abordagem”, o padre Manuel Queirós explicou que o novo modelo passará de uma “catequese demasiado escolarizada” para outro “muito mais catecumenal”, uma catequese “muito mais respeitosa dos ritmos de cada pessoa”, “que seja mais significativa, ligando os conteúdos catequéticos à celebração e à vivência, às experiências práticas”.

“Terá muito mais a ver com a celebração da própria comunidade e isso traz outros desafios. Onde é que estão as nossas comunidades vivas que possam acolher bem e desenvolver este tipo de catequese? Isto vai exigir que se desenvolvam outras capacidades e outros objetivos para as nossas comunidades. Essa é a grande mudança”, considerou.
Aquele, que falava no Centro Paroquial de Olhão, à margem da formação sobre o novo Diretório para a Catequese que decorreu no dia 18 deste mês, realçou que a dimensão do catequista no novo modelo “implica que ele tenha outras capacidades e competências”. “Só quem se encontrou com Jesus Cristo pode ser sinal para outros”, sublinhou, acrescentando: “hoje precisamos de gente que se deixe entusiasmar e o catequista, sendo um sujeito ativo da evangelização, deve ser o primeiro a ter esse entusiasmo e o primeiro a tentar contagiar os outros. Que fique uma marca positiva, uma referência de encanto pela fé”.