O bispo do Algarve disse esta manhã, na celebração do Domingo de Ramos, que esta Semana Santa que hoje se iniciou deve ajudar a “alicerçar” a fé “de maneira mais profunda na pessoa de Cristo”, de modo a que não fique sujeita “às «marés», aos «ventos», aos condicionalismos sociais e às opiniões” que, “tantas vezes”, “levam a vacilar nessa mesma fé”.
“A nossa fé não pode ser uma fé sujeita às «marés», aos «ventos», às opiniões dos outros, aos movimentos sociais, às conveniências porque essa é uma fé que não está verdadeiramente enraizada, alicerçada na pessoa de Cristo, não está consolidada com a família, com a comunidade que é a Igreja”, alertou D. Manuel Quintas, diante da igreja na Misericórdia de Faro onde teve lugar a bênção dos ramos.
O bispo diocesano evidenciou o “contraste” do povo judeu que, “por um lado acolhe Jesus de maneira alegre, vitoriosa, aclamando-o, reconhecendo nele o Messias” e “por outro parece que esqueceu esta verdade, esta afirmação de fé, esta adesão à pessoa de Jesus, pedindo alguns dias depois que seja crucificado”, considerando que o mesmo se passa “tantas vezes” no “coração” e na “vida” dos cristãos. “Por isso, reviver hoje a procissão de ramos desta entrada de Jesus em Jerusalém quer significar para todos nós a verdade da nossa fé, a radicalidade da nossa fé, ou seja da nossa adesão à pessoa de Jesus”, afirmou, pedindo aos cristãos que sejam “mais verdadeiros” e “autênticos” na profissão da sua fé.
Por outro lado, D. Manuel Quintas destacou que Jesus, ao dirigir-se para Jerusalém, vai em “missão de paz”. “É essa missão que somos chamados a assumir cada dia da nossa vida, confrontando-nos com tantas situações de guerra no mundo, seja a guerra que não tem fim na Ucrânia, seja as pequeninas guerras no nosso ambiente, no nosso meio, aquelas guerras que se travam também no nosso coração e na nossa vida. É importante acolher a pessoa de Cristo como aquele que vem com uma missão de paz e que nos confia a cada um de nós esta missão”, apelou.
Já na catedral de Faro, após procissão realizada desde a igreja da Misericórdia, o bispo do Algarve deixou um pedido aos cristãos. “Confiemo-nos a Cristo crucificado e ressuscitado e não tenhamos medo de colocar a nossa vida nas suas mãos tal como ele colocou a sua nas mãos do Pai”, pediu.
A Semana Santa terá como ponto alto a celebração da Vigília Pascal no próximo sábado, 7 de abril, na passagem de Sábado Santo para Domingo da Ressurreição. Este acontecimento, que sustenta a sua fé, trata-se da celebração mais importante para os cristãos.
A imersão no «coração» das celebrações pascais dá-se na Quinta-feira Santa (6 de abril) com o início do Tríduo Pascal, na Missa vespertina da Ceia do Senhor.
Igreja algarvia volta a disponibilizar na internet horários e informações da Semana Santa