Os centros evangelizadores de Faro e Olhão, pertencentes à região pastoral do sotavento da Diocese do Algarve, reuniram-se pela primeira vez no passado dia 09 deste mês.
Este primeiro encontro daqueles dois centros evangelizadores da diocese algarvia era algo desejado e constitui um significativo passo no trabalho conjunto no âmbito da reestruturação pastoral em curso da Diocese do Algarve.

Recorde-se que a “nova organização da pastoral paroquial em chave missionária”, anunciada em julho de 2022 como uma proposta que “incide numa nova organização territorial/paroquial”, sugeriu que a diocese passasse a estar organizada em três grandes regiões pastorais — Região Pastoral do Barlavento, Região Pastoral do Centro e Região Pastoral do Sotavento —, cada uma com um coordenador pastoral, um sacerdote nomeado pelo bispo diocesano, designado como vigário episcopal regional, “de modo a permitir não só um trabalho pastoral conjunto, como a coordenação e partilha de recursos evangelizadores (pessoas, formação, meios, etc.) nos diferentes Centros Evangelizadores” dentro de cada região, “compostos por comunidades paroquiais mais próximas e entre as quais haja uma ligação sociológica, com a finalidade de potenciar um caminho pastoral sinodal entre elas”.

Assim, a primeira reunião contou com cerca de 40 representantes das paróquias que constituem aqueles dois centros evangelizadores e teve como objetivo dar resposta às questões do relatório de síntese da primeira sessão do Sínodo sobre a sinodalidade, ocorrida em outubro de 2023, no Vaticano, documento intitulado ‘Uma Igreja sinodal em missão’.

Estes encontros, num primeiro momento vão servir para dar continuidade na Igreja local àquela assembleia sinodal e, posteriormente, pretende-se que prossigam para uma programação/reflexão pastoral conjunta.
O encontro de sexta-feira foi presidido pelo vigário episcopal regional, padre António Farias, que também é pároco das paróquias de São Brás de Alportel e de Santa Catarina da Fonte do Bispo, juntamente com o padre Paulinus Anyabuoke que também esteve presente, assim como o cónego Carlos César Chantre, vigário-geral e pároco das paróquias do Montenegro e São Pedro de Faro, o padre Armando Amâncio, pároco da paróquia de Olhão, e os diáconos Luís Galante e Rogério Egídio.

O padre António Farias considerou naquela reunião inaugural que aqueles encontros servirão para, de certa forma, replicar o processo sinodal. “Qual é o processo sinodal? É a escuta. Escutamo-nos uns aos outros e depois de escutar a realidade procuramos discernir aquilo que Deus nos pede, qual o caminho que nos aponta para chegarmos a uma decisão comum”, afirmou.
O sacerdote exortou ainda a prolongar aquela metodologia nas paróquias. “Seria interessante que, depois desta reflexão feita aqui, conversassem com os párocos para tentar fazer algo similar na paróquia”, referiu, aludindo à sensibilização que tem sido feita para a necessidade, em cada paróquia, de haver um conselho pastoral. “É importante fazermos esta reflexão a nível dos conselhos pastorais em cada paróquia”, considerou.

Naquele primeiro encontro, os participantes refletiram sobre como formar e envolver os leigos de modo sinodal na realização da missão Igreja, a começar logo pela comunidade paroquial; apresentaram sugestões para reorganizar as estruturas paroquiais, para reconhecer e valorizar, ainda mais, o contributo das mulheres e o crescimento das responsabilidades pastorais que lhe são confiadas em todas as áreas da vida e da missão da Igreja; para acompanhar as mulheres que, nos diferentes contextos sociais, estão mais marginalizadas; para que as pessoas, que se sentem excluídas, possam experimentar uma Igreja mais acolhedora. Sugeriram ainda como promover uma maior participação nos vários Conselhos e nos serviços eclesiais.
O centro evangelizador de Faro é composto pelas paróquias da Conceição de Faro, Estoi, Montenegro, Pechão, Santa Bárbara de Nexe, Santa Catarina da Fonte do Bispo, São Brás de Alportel, São Luís, São Pedro e Sé de Faro. O centro evangelizador de Olhão é composto pelas paróquias de Fuseta, Moncarapacho, Olhão, Quelfes e pelo vicariato do Siroco.
Diocese do Algarve vai implementar uma “nova organização da pastoral paroquial”