O Setor da Pastoral Juvenil da Diocese do Algarve, em colaboração com Secretariado Diocesano da Pastoral Vocacional, propôs aos jovens a participação, no passado sábado, 20 de abril, numa vigília no âmbito da Semana de Oração pelas Vocações que decorreu de 14 a 21 deste mês.

Foto © Samuel Mendonça/Folha do Domingo
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A iniciativa realizou-se à noite em Faro, na igreja de São Pedro, para os jovens das paróquias constituintes da região pastoral do sotavento e em Portimão, na igreja matriz, para os que pertencem às paróquias que formam as regiões pastorais do centro e do barlavento.

Foto © Samuel Mendonça/Folha do Domingo
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Na oração, diante do Santíssimo Sacramento, que decorreu em Faro, o padre Samuel Camacho, assistente do Setor Diocesano da Pastoral Juvenil e diretor do Secretariado Diocesano da Pastoral Vocacional, que presidiu à iniciativa, aproveitou a “pergunta muito exigente” que serviu de tema àquela semana de cariz vocacional – ‘Para quem sou eu?’ – para se dirigir aos participantes com “realismo e frontalidade”. “Para quem é a minha vida? É para mim próprio, para os outros, para Deus?”, questionou, desafiando os cerca de 50 jovens presentes a pensar que «frutos» dão na sua vida.

Foto © Samuel Mendonça/Folha do Domingo
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“Jesus está à vossa espera. Vocês ficam sempre à espera de mais alguma coisa: do amanhã, do próximo ano letivo, do próximo contrato de trabalho. Mas Cristo continua a esperar. Não podem pensar que a vossa vocação cai do céu porque já têm uma vocação que é a vocação à santidade”, prosseguiu, acrescentando que essa vocação “começa hoje”.

Foto © Samuel Mendonça/Folha do Domingo
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“Porque é que ainda não são santos? Para quem é que é a vossa vida?”, questionou, lembrando o caso do jovem beato Carlo Acutis. “Como é que um jovem que jogava PlayStation, saía com os amigos e fazia todas essas coisas já é santo só porque adorava o Senhor e vocês, que já estão com o Senhor há mais tempo do que ele, ainda não são santos?”, interrogou.

Foto © Samuel Mendonça/Folha do Domingo
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O sacerdote, de 29 anos, contou por que razão quando visitou a igreja de Santa Maria Maior em Assis (Itália), onde está exposto o corpo do jovem beato, sofreu “um grande choque”. “Ele está vestido tal e qual como vocês aqui. A dada altura perguntei-me por quem é que eu ando a gastar a minha vida se tenho um rapaz que viveu, tal e qual como eu estou a viver agora, e já é santo”, afirmou.

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O padre Samuel Camacho lembrou então que para dar «frutos» é preciso criar «raízes». “Alguns ainda não criaram «raízes». Alguns passam pela comunidade como passam pela escola. Se não criarem «raízes» verdadeiras não vão conseguir beber daquilo que é o essencial. A raiz é aquilo que faz crescer a planta e que a faz frutificar. Se não têm «raízes», não vão crescer e podem ter a certeza que os «frutos» de Deus não vão aparecer na vossa vida”, alertou, considerando ser preciso perguntar “que «espinhos» é que estão a crescer no meio”.

Aquele responsável desafiou ainda os jovens a acabar com os divisionismos. “Tantas vezes, o mundo entra em conflito e em oposição convosco e vocês, que já são poucos, porque é que não se juntam?”, interpelou, evidenciando não haver os pobres ou os doentes desta e daquela comunidade. “Não há um Deus daqui e outro de acolá”, realçou, apelando ao trabalho conjunto, “como Igreja viva de Jesus”, em ordem a “resgatar todos”.

“No futuro, que Igreja do Algarve é que vamos encontrar?”, perguntou, lembrando-lhes serem “responsáveis do amanhã desta Igreja”. “Os que estão aqui – que são poucos, mas são os do costume – já são, depois destes anos e desta Jornada, os responsáveis do que acontecer daqui em diante”, considerou, acrescentando: “a Igreja espera de vocês porque Deus vos chamou e são os únicos que responderam. Porque é que nesta Igreja sinodal vocês ainda não fizeram ouvir a sua voz?”, interrogou.

A oração eucarística, que contou com a participação dos seminaristas algarvios, prosseguiu com uma dinâmica que convidou os participantes a responderem a algumas perguntas e a afixarem as respostas num placard.