A primeira Jornada Mundial das Crianças (JMC) que vai decorrer, entre 25 e 26 deste mês, em Roma com o Papa Francisco vai contar com a participação de algarvios.
Da comunidade de São Paulo, no Patacão, pertencente à paróquia de São Pedro de Faro, seguirá um grupo de 16 crianças dos 10 aos 12 anos, do 5º ao 7º ano de catequese, acompanhados por seis catequistas e por seis pais que irão prestar apoio na retaguarda.

O grupo, que viajará de avião no dia 25 e regressará ao Algarve no dia 27, ficará alojado em dois apartamentos alugados perto do Vaticano. A responsável da comunidade de São Paulo justificou ao Folha do Domingo aquela opção explicando que, pese embora tenham feito a inscrição “assim que abriram as pré-inscrições”, os espaços disponíveis para acolher os peregrinos já estavam quase todos lotados e o alojamento que lhes coube seria num mosteiro a 77 quilómetros de Roma sem garantia de transporte para participar nas atividades.
Sílvia Manhita acrescenta que a decisão de participar foi tomada “assim que o Papa anunciou” o encontro. O anúncio da I JMC foi feito por Francisco no dia 8 de dezembro de 2023. A ideia de uma jornada inteiramente dedicada à infância foi proposta ao pontífice em julho do ano passado por Alessandro, uma criança de 9 anos, por ocasião do ‘Popecast’, o segundo podcast produzido pelos meios de comunicação do Vaticano com Francisco com vista à Jornada Mundial da Juventude de Lisboa.
A responsável daquela comunidade da paróquia de São Pedro testemunhou a alegria das crianças ao “perceberem que vão ter a mesma oportunidade que os jovens” de participarem num encontro com Francisco e que vão ser participantes da primeira edição.
Sílvia Manhita explicou que “os pais foram logo muito prontos”. “O grupo era muito maior. Eram praticamente 40 pessoas, mas que houve pais que desistiram pelos custos e pela logística familiar que a participação implica”, acrescentou.
Aquela responsável lembra que toda a comunidade se envolveu na participação dos jovens na Jornada Mundial da Juventude de Lisboa, incluindo os pais daquelas crianças, e que agora foram os pais daqueles jovens a envolverem-se na dinâmica desenvolvida para a participação dos mais novos na JMC. “Todos trabalhamos para tudo, independentemente de quem vai”, realça, contando que todos “estiveram muito entusiasmados” com a angariação de fundos com vendas de bolos e rifas que começou logo em janeiro.
“A ideia é que o encargo seja o menor possível e que todos tenham oportunidade de participar porque temos aqui famílias que não têm capacidade financeira”, desenvolveu, explicando que “os pais têm feito de tudo” para conseguirem providenciar que “todos sejam tratados por igual”.
No passado sábado à noite realizaram um arraial levado a cabo com o trabalho de pais e do serviço às mesas dos filhos.
A responsável da comunidade acrescenta ainda a colaboração de alguns professores que, tendo em conta a participação das crianças naquele encontro, vão permitir o adiamento de alguns testes.
Na última semana, os peregrinos leram ainda na catequese a mensagem que o Papa dirigiu aos participantes da I JMC e refletiram sobre ela.
Para aquela participação histórica mandaram fazer camisolas identificativas e vão levar bandeiras de Portugal.

Duas das crianças do grupo contam de sorriso rasgado ao Folha do Domingo que queriam muito participar na primeira JMC. Ambas de 11 anos garantem os pais também gostaram da ideia, que têm trabalhado muito e dizem que esperam conhecer muitos amigos novos.
“Eu estava muito ansiosa para ir e a minha mãe deixou porque o meu irmão já tinha participado na JMJ e tinha gostado muito. Pensei que seria uma experiência muito divertida por ser a primeira JMC” testemunha com emoção Joana Fernandes, a frequentar o 6º ano de catequese.
“Vamos começar uma história nova destas Jornadas Mundiais”, complementa com orgulho Mariana Pereira, a frequentar o 5º ano de catequese, irmã de duas participantes na JMJ de Lisboa.
A JMC será celebrada a nível universal em Roma, no Vaticano, para onde convergirão as diversas delegações nacionais, e a nível diocesano, deixando a organização a cargo de cada Igreja local.
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