O diretor da ARH, Sebastião Teixeira, explicou que os trabalhos iniciados hoje “vão realizar-se até ao fim de maio” e fazem “parte de um procedimento de rotina, realizado a seguir ao inverno, quando as arribas geralmente caem”.

Sebastião Teixeira precisou que os técnicos da ARH fazem após cada inverno uma vistoria completa às arribas “para ver como elas evoluíram” e “detetar novas situações na eminência de queda” para depois intervir e fazê-las cair.

“O que fazemos não é demolir, mas anteciparmos a queda, porque a demolição é um palavrão muito feio e o que fazemos é anteciparmo-nos à natureza para que elas caiam em segurança e não em cima de eventuais banhistas”, frisou o diretor da ARH Algarve.

Uma das intervenções realizadas hoje na praia de Santa Eulália provocou a queda de um bloco de cerca de dois metros que se encontrava por cima da entrada de uma pequena gruta, habitualmente utilizada por banhistas para aproveitar a sombra e abrigar-se do sol, apesar dos riscos de queda iminente de arribas e dos avisos colocados à entrada da praia.

O responsável explicou que “cada metro cúbico pesa entre duas e 2,5 toneladas” e que “por sistema colocam-se os detritos que caem a tapar as grutas, para evitar que as pessoas vão lá para dentro”.

Sebastião Teixeira explicou ainda o padrão de atuação da ARH na deteção de risco de queda nas arribas, referindo que imediatamente antes do verão e da época balnear, com os problemas já identificados pela vistoria pós-inverno, “faz-se o saneamento e as intervenções que se conseguem fazer, porque nem todas se conseguem fazer”.

O diretor da ARH do Algarve adiantou que estão identificadas sete praias (Santa Eulália, Maria Luísa, Oura, Prainha, Vau, Careanos e Rocha), onde serão feitas intervenções até ao final do mês.

Quando questionado sobre se o trabalho de monitorização e intervenção das arribas pode ser abrangidos pelos cortes orçamentais que estão a afetar todos os organismos do Estado, o diretor da ARH considerou que não, porque este trabalho é “prioritário e de baixo custo”.

Sebastião Teixeira acrescentou que “com poucos milhares de euros se faz o saneamento de diversas praias, numa operação rápida, barata e super eficaz”.

Liliana Lourencinho com Lusa