De acordo com a ARS/Algarve, a proposta "encontra-se em fase de estudo" pelo Ministério da Saúde, mas "não prevê o fecho de quaisquer serviços" clínicos nas unidades hospitalares.
"Em alguns casos, poderá haver inclusivamente um reforço de algumas áreas/valências no Centro Hospitalar do Barlavento Algarvio (CHBA) – hospitais de Portimão e Lagos", destaca o conselho de administração da ARS/Algarve em resposta a questões formuladas pela Agência Lusa.
Contudo, a ARS/Algarve não especifica o teor da proposta apresentada para "a criação da estrutura abrangente que inclua as três instituições hospitalares", nem as áreas e/ou valências que eventualmente venham a ser reforçadas no CHBA.
Entretanto, as assembleias municipais de Portimão e de Lagoa aprovaram por unanimidade moções de "repúdio pela eventual fusão dos hospitais que provoque o encerramento de serviços clínicos".
"É plausível que, caso essa proposta avance, haja efetivamente lugar a fecho de serviços, transferência de pessoal para Faro e desqualificação técnica e profissional do Hospital de Portimão", realçam os documentos apresentados pelos deputados municipais do Bloco de Esquerda.
Os dois órgãos autárquicos exigem que o Ministério da Saúde divulgue todos os projetos em estudo para o futuro Centro Hospitalar do Barlavento Algarvio e lamentam que o processo "esteja a desenrolar-se sem discussão e em total secretismo".
"O projeto, a ser aprovado, irá afetar decisivamente e de forma negativa o futuro dos cuidados de saúde no Algarve", lê-se nos documentos, a que a Agência Lusa teve acesso.
As assembleias municipais de Portimão e de Lagoa realçam que a transferência de serviços clínicos do CHBA para Faro "irá afetar ainda mais as populações da Costa Vicentina, que ficarão a uma distância significativa do local de prestação de cuidados de saúde".
Entretanto, o grupo parlamentar do Bloco de Esquerda pediu ao Governo esclarecimentos sobre a "intenção de integrar" o Hospital Distrital de Faro com o CHBA num único centro hospitalar".
Em documento entregue na Assembleia da República, os deputados bloquistas Cecília Honório e João Semedo exigem que o Governo explique "quais os motivos que lhe estão subjacentes".
Os deputados consideram "inaceitável que uma estrutura fundamental para as pessoas seja alterada em secretismo, sem conhecimento das partes envolvidas, dos trabalhadores e dos utentes".
Lusa