Agora, as IPSS do Algarve, das quais cerca de 30 estão ligadas à Igreja Católica, receberam também atum, massas, salsichas, azeite, cereais, bolachas de água e sal, tomate pelado, arroz, feijão, tostas, açúcar e manteiga.
As IPSS algarvias criticam e lamentam esta planificação de entrega dos produtos do PCAAC e todas asseguram que tiveram de fazer um esforço adicional para apoiar alimentarmente os seus beneficiários, que, desde o início do ano até agora, se viram privados dos restantes alimentos. Esforço particularmente acentuado num ano em que aumentaram exponencialmente os pedidos de ajuda.
No último mês de maio, o secretário de Estado da Agricultura justificou ao Folha do Domingo que este atraso na entrega da maior parte dos alimentos do PCAAC 2012 se deveu à retificação, em janeiro deste ano, do montante inicialmente atribuído a Portugal (4,5 para 19,3 milhões de euros). José Diogo Albuquerque ressalvava, no entanto, que o PCAAC 2012 sofreu um “aumento quer em quantidade, quer em variedade de produtos a distribuir”.
Este desajustamento no fornecimento do PCAAC não deve voltar a acontecer em 2013, uma vez que a Comissão Europeia anunciou ontem ter sido atribuído a Portugal cerca de 19,5 milhões de euros ao abrigo do programa.
As discordâncias das IPSS em relação às normas do PCAAC não são novas. Já anteriormente os responsáveis se manifestavam contra as exigências burocráticas e fornecimentos estipulados pelo programa por não fomentarem nos beneficiários hábitos de gestão mensal de recursos.
O segundo fornecimento agora executado foi, no entanto, entregue em cerca de metade da quantidade prevista, medida que terá sido tomada pelo Banco Alimentar (BA) Contra a Fome para obrigar à entrega faseada de pequenas quantidades aos beneficiários. A outra metade será entregue, segundo Folha do Domingo apurou, no próximo mês de novembro.
Recorde-se que a distribuição do PCAAC no Algarve é este ano efetuada no âmbito de um protocolo estabelecido entre a Segurança Social e o BA “atendendo à vasta experiência logística que detém nesta matéria”, como explicou o CDSS. Por isso, o levantamento dos produtos pelas IPSS ocorre no armazém de Faro, para as entidades sedeadas nos concelhos de Albufeira a Vila Real de Santo António, e no armazém de Portimão, para as entidades sedeadas nos concelhos de Vila do Bispo a Silves.
As três entidades algarvias que apoiam maior número de carenciados e que, por isso, recebem maiores quantidades para entrega são a Delegação de Tavira da Cruz Vermelha Portuguesa, a Caritas Diocesana do Algarve e a Santa Casa da Misericórdia de Moncarapacho.