O Algarve acolheu este fim de semana o 55º Conselho Nacional da Associação Guias de Portugal (AGP) com a participação de 325 dirigentes, estagiárias e Guias Moinho (membros dos 17 aos 21 anos, que constituem o IVº ramo) de todo o país.

Foto © Samuel Mendonça/Folha do Domingo

A reunião magna do órgão máximo da AGP, que anualmente se realiza numa região do país diferente, regressou à região de Faro (correspondente ao distrito) depois de ter decorrido em Portimão em 2017.

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O encontro em Albufeira serviu para avaliação do ano de 2022, apresentação e aprovação do respetivo relatório de contas, apreciação das atividades e planeamento dos próximos grandes acontecimentos. A presidente da AGP explicou ao Folha do Domingo que o ano 2022 foi o de regresso às atividades sem as limitações impostas pela pandemia de Covid-19. Bárbara Aranda da Silva dá conta agora de um “aumento do número de associadas”, após “uma ligeira redução dos números” nos últimos anos que, nalgumas regiões, incluiu mesmo “uma paragem” das atividades.

A presidente da AGP, Bárbara Aranda da Silva, à esquerda – Foto © Samuel Mendonça/Folha do Domingo

Aquela dirigente adianta que a associação juvenil feminina tem agora o “projeto de semear trevos” – o distintivo das guias é uma folha de trevo trilobada de cor dourada tendo sobreposta a cruz de Santiago a vermelho –, ou seja, a criação de “novas companhias em locais onde não existem guias ainda”. Bárbara Aranda da Silva adiantou ainda que do Conselho Nacional saiu a intenção de realizar o 10º Acampamento Nacional, no final de julho de 2024, em local ainda a definir.

Foto © Samuel Mendonça/Folha do Domingo
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A comissária regional-adjunta do Algarve lembrou que, na região de Faro, a AGP está presente nos concelhos de Faro, Loulé, Monchique, Tavira e Portimão, com cinco companhias num total de cerca de 200 guias. Marta Guerreiro explicou que destas, a de Monchique é a que está “mais ligada à Igreja” Católica. “As restantes, algumas têm alguma aproximação, outras não. Tal como os escuteiros [do Corpo Nacional de Escutas] temos nos nossos princípios que a guia vive a sua fé. A grande maioria ainda tem prática cristã”, afirmou, acrescentando, contudo, que a associação, tal como os escoteiros [da Associação dos Escoteiros de Portugal], aceita raparigas de “todas as religiões” e também sem qualquer religião. Segundo Marta Guerreiro, a nível nacional, “Viseu e Braga são muito ligadas à Igreja” e “algumas companhias em Lisboa”.

Foto © Samuel Mendonça/Folha do Domingo
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Na Eucaristia, que integrou o programa do Conselho Nacional, o assistente regional-adjunto da Região do Algarve do Corpo Nacional de Escutas considerou o escutismo e o guidismo “uma escola de vida, onde se procura trabalhar e viver de valores humanos”. Na missa que decorreu ao ar livre no sábado ao final do dia, no complexo desportivo do Inatel de Albufeira, o frei Bruno Peixoto pediu às dirigentes da AGP que procurem “viver sempre um mundo melhor”, “projetando sempre um homem melhor”. O sacerdote referiu-se ao “cuidado de formar”, seguindo os ensinamentos do fundador do escutismo, Baden-Powell.

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Lembrando-lhes que Jesus “é o centro” e o “essencial”, o sacerdote pediu-lhes que levassem para as suas regiões “uma mensagem, um valor” e que procurassem “transmitir algo positivo, bom, que possa fazer crescer” para “que o futuro seja melhor”.

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As guias ficaram alojadas no Inatel Albufeira Hotel e os trabalhos decorreram no Auditório Municipal.

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A AGP é a associação que promove o guidismo, um movimento de educação não formal, baseado no método de Robert Baden-Powell, cuja missão é “proporcionar às raparigas e jovens mulheres a oportunidade de desenvolverem plenamente o seu potencial como cidadãs universais responsáveis”. “Com esse objetivo, utiliza um método próprio assente na atribuição gradual de responsabilidade, no trabalho em grupo, no desenvolvimento da autonomia e no envolvimento com a comunidade onde estão inseridas, tendo ainda como espaço privilegiado de formação o ar livre”, explica o movimento que existe em Portugal há mais de 90 anos.

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As associadas da AGP dividem-se consoante as idades por categorias. Excluindo a de dirigentes e para além do ramo Guias Moinho, essas categorias incluem mais três ramos: Avezinhas (membros dos 6 aos 10 anos, que constituem o Iº ramo), Guias Aventura (membros dos 10 aos 14 anos, que constituem o IIº ramo) e Guias Caravela (membros dos 14 aos 17 anos, que constituem o IIIº ramo).