Preservar um território que mostra a evolução geológica da terra durante 360 milhões de anos é o objetivo de uma candidatura a geoparque mundial que está a ser preparada por três municípios algarvios e a universidade, foi ontem anunciado.
A candidatura, que reúne os municípios de Loulé, Silves e Albufeira e a Universidade do Algarve (UAlg), será submetida à Organização das Nações Unidas para a Ciência Educação e Cultura (UNESCO), que decidirá se o projeto do “Geoparque Algarvensis” terá o estatuto de geoparque mundial, adiantou a Câmara de Loulé em comunicado.
Através desta candidatura, os promotores pretendem, através das rochas que se encontram no seu território, contar “uma história que começa há quase 360 milhões de anos”, contribuindo para “promover o desenvolvimento sustentável” do território, “assim como da riqueza geológica”.
A classificação daquele território como geoparque mundial permitirá ainda fazer da área daqueles três concelhos “um destino sustentável e potencialmente turístico de interesse mundial, por via do seu património geológico”, lê-se no comunicado.
Os geoparques são compostos por um conjunto de geossítios ou geomonumentos que testemunham a evolução do planeta Terra, sendo que, no caso desta candidatura, são apontados como locais de interesse geológico a Rocha da Pena, em Loulé, a Grés de Silves ou o vale em torno do Castelo de Paderne, em Albufeira.
A mesma fonte apontou ainda a necessidade de haver uma “maior consciencialização da importância do património geológico da região na história e na sociedade”, considerando que um geoparque mundial da UNESCO permite que os habitantes desse território tenham “um sentimento de orgulho na sua região” e haja um fortalecimento “da sua identificação com o território”.
A UNESCO também considera que a “criação de iniciativas inovadoras locais, de novos postos de trabalho e de cursos de formação de alta qualidade é estimulada, enquanto novas fontes de receita são geradas através do geoturismo e os recursos geológicos são protegidos”, argumentou o município.
O primeiro passo para a elaboração do processo de candidatura do “Geoparque Algarvensis Loulé-Silves-Albufeira” é dado na próxima segunda-feira, data para a qual está marcada a assinatura de um protocolo de colaboração entre as várias entidades envolvidas.
A assinatura do protocolo está prevista para as 16:30, na Câmara de Loulé, com a presença dos presidentes das três autarquias e do reitor da Universidade do Algarve, que participa no projeto através do Centro de Investigação Marinha e Ambiental (CIMA).
A 07 de dezembro, às 15:00, a Escola Secundária de Loulé recebe uma conferência que contará com especialistas nesta área, como Octávio Mateus, investigador que liderou equipa internacional que escavou a jazida da Penina, em Loulé, onde se descobriu o fóssil de uma nova espécie de anfíbio pré-histórico batizado de “Metoposaurus Algarvensis”.
Após a conferência, está prevista a abertura da exposição itinerante chamada “Vamos ser Geoparque Algarvensis: O que é isso? – Um território aspirante a Geoparque Mundial da UNESCO”.