Para a Sé de Faro convergiram, ao final da tarde, fiéis vindos de muitas partes do Algarve e até de fora para se unirem ao prelado, que foi bispo do Algarve entre 1988 e 2004, participando na Eucaristia de ação de graças a Deus que ali teve lugar. Ainda assim, uma participação diminuta relativamente ao que seria espetável tendo em conta o objetivo da realização introduzido por D. Manuel Quintas que concelebrou com D. Manuel Madureira Dias.
O bispo do Algarve lembrou o “ministério exercido” no Algarve por D. Manuel Madureira Dias, ao longo de quase 16 anos, “durante os quais protagonizou uma intensa atividade apostólica”. “Gratos pelo dom do ministério ordenado que Deus lhe concedeu, queremos manifestar a nossa gratidão por ter sido enviado a exercer o seu ministério apostólico como pastor da nossa Igreja diocesana e exprimir o quão fecundo e enriquecedor foi o testemunho da sua dedicação e amor à Igreja do Algarve, numa doação e entrega sem limites e que continua a iluminar o amplo magistério episcopal que, como mestre e pastor, nos deixou”, observou D. Manuel Quintas.
“Obrigado por tudo o que representa para a nossa Igreja diocesana. Estamos unidos no louvor a Deus pelos dons que lhe concedeu e, particularmente, pelo dom que vossa excelência reverendíssima continua a constituir para todos nós. Pedimos a Deus que lhe dê saúde e vida longa para podermos continuar, por muitos anos, a usufruir deste dom”, acrescentou D. Manuel Quintas.
D. Manuel Madureira Dias, na homilia, agradeceu as palavras que lhe foram dirigidas e explicou o sentido da sua presença, valendo-se do significado da celebração da solenidade da Santíssima Trindade que ontem a Igreja celebrava. “Celebrar o mistério da Santíssima Trindade é celebrar o mistério do amor de Deus por nós e a exigência do amor entre nós, de uns para com os outros. Aqui estou eu, hoje, para celebrar o amor que vós quisestes manifestar em meu favor, a começar por D. Manuel Quintas que «abriu» o coração e que disse palavras de muita ternura, afeto e de muita amizade. Bem-haja pelas suas palavras e por ter querido que eu viesse hoje aqui dizer a todos que também eu sou fruto do amor de Deus e da vida divina derramada em nós”, referiu.
O bispo emérito do Algarve, que agradeceu a presença de todos e “sobretudo a oração”, explicou a importância de celebrar 23 anos de bispo. “É celebrar 23 anos de uma vida de Deus comunicada a mim e, por meu intermédio, a muitos mais. É participar e agradecer a Deus, antes de agradecer a mais ninguém, esta alegria que é fruto do Espírito que Deus derramou também em mim”, afirmou.
No final da celebração, o cónego José Pedro Martins, vigário episcopal para a Pastoral e pároco da Sé de Faro, explicou o significado de um gesto que a Diocese do Algarve quis ter para com o seu bispo emérito. “Esta diocese não esquece, nesta catedral, onde durante 16 anos celebrou como pastor e mestre de uma comunidade que lhe foi confiada. Aceite, pois, a homenagem da nossa estima, a boa memória do seu ministério e oração de todos nós”, afirmou, acrescentando: “acredite que o lema que norteou a sua ação episcopal – Eis-me aqui, envia-Me – continua a dirigir-nos e a envolver-nos. Obrigado por tudo! O simples gesto que uma modesta lembrança de frutos do Algarve e uma publicação querem dizer: o Senhor o abençoe. Continua no coração de todos nós”.
D. Manuel Madureira Dias renovou o agradecimento e apelou à oração a Deus pelas “maravilhas” realizadas. “Em datas destas são sempre duas as atitudes que se cruzam: a do amor a Deus e a do reconhecimento da nossa falta de correspondência. Abraço-vos a todos com muito carinho”, concluiu.
Samuel Mendonça