
O bispo do Algarve presidiu no passado sábado à noite à eucaristia vespertina do aniversário da dedicação da Sé de Faro, a igreja-mãe da diocese algarvia.

D. Manuel Quintas lembrou que a dedicação, inauguração ou consagração de um espaço físico acontece quando este é dedicado e consagrado a Deus como sinal da sua presença.
O prelado lembrou que a dedicação da Sé de Faro “se perdeu no tempo e foi D. Marcelino Franco [bispo do Algarve entre 1920 e 1955] que, no aniversário das bodas de ouro da sua ordenação sacerdotal [a 19 de julho de 1943], renovou essa dedicação, já que não havia memória histórica de quando ela foi feita pela primeira vez”.
“A catedral é referência para toda a Igreja diocesana, por isso dizemos que é mãe de todas as outras igrejas, e está também associada à pessoa do bispo enquanto pastor do povo de Deus que lhe foi confiado”, explicou D. Manuel Quintas, acrescentando haver só uma igreja em toda a diocese que se chama catedral. “Nós temos mais uma Sé, em Silves, mas não é catedral. O que dá esse nome é a cátedra, a cadeira do bispo. E é bom que todos saibamos que não significa honra. Significa serviço. Aquela cadeira para o bispo é sempre motivo de serviço, de empenho e responsabilidade em ensinar”, sustentou.

D. Manuel Quintas lembrou ainda que o templo físico é sinal de um outro mais importante. “O espaço por excelência onde Deus habita é o nosso coração. Nós é que somos templo onde Ele habita. É importante, neste dia, renovar a consciência de que somos templo de Deus”, afirmou, destacando a implicação desta realidade na questão da santidade. “É o Deus que nos habita que nos faz santos”, frisou.

O bispo do Algarve disse ainda que na celebração do aniversário da dedicação da catedral importa acolher o apelo a renovar a missão de anunciar o evangelho. “É uma missão e um dever pessoal ligado ao batismo, que não podemos delegar noutros”, lembrou.
A Sé de Faro foi testemunha das diversas vicissitudes do crescimento da Igreja no sul da Península Ibérica e, mais tarde, no território definido como Algarve. A passagem da sede da diocese de Silves para Faro e o estabelecimento, nesta cidade, da residência episcopal com D. Jerónimo Osório, em 1577, determinou que a igreja assumisse, possivelmente de novo, a classificação de catedral de Faro. A catedral foi restaurada após o saque e o incêndio, em julho de 1596, provocado pelas tropas inglesas do conde de Essex, o corsário inglês Robert Devereux.