
O bispo do Algarve presidiu no passado dia 19 deste mês à solenidade do aniversário de dedicação da Sé de Faro, a igreja-mãe da diocese algarvia.
Na eucaristia, D. Manuel Quintas lembrou que aquela celebração deve-se ao sentido e significado atribuído à catedral enquanto igreja-mãe e referência para todas as igrejas paroquiais, ou seja, para todas as comunidades que constituem a diocese, presente também em cada um dos seus membros. “A celebração de uma dedicação, que o seu aniversário evoca, significa sempre consagrar, reservar, destinar um lugar, um espaço ou mesmo um objeto para o culto sagrado, como acontece com as igrejas, altares, até mesmo alguns vasos litúrgicos”, explicou.
O prelado lembrou que a catedral de Faro é “testemunho das diversas vicissitudes da vida e do crescimento da Igreja no Sul da Península e, mais tarde, neste território definido como Algarve”. “A passagem da sede da diocese de Silves para Faro e o estabelecimento, nesta cidade, da residência episcopal com D. Jerónimo Osório, em 1577, determinou que esta igreja assumisse a classificação de catedral de Faro”, recordou na eucaristia concelebrada por membros do Cabido catedralício, por vários padres da diocese e participada por dois diáconos.

O bispo diocesano lembrou ainda que “o Concílio Vaticano II, bem como os documentos posteriores do magistério, dão grande relevo à igreja-catedral pela sua importância na centralidade da missão e da liturgia episcopal”. “Embora o bispo diocesano exerça o seu ministério em toda a diocese – refere o Concílio –, tem como ponto focal do mesmo a igreja-catedral que constitui a igreja-mãe e o centro de convergência da Igreja particular. É a partir da sua catedral que o bispo educa e faz crescer o seu povo através da pregação e preside às principais celebrações do ano litúrgico e dos sacramentos. É a presença desta cátedra que constitui a igreja-catedral como o centro espiritual concreto de unidade e comunhão para o presbitério diocesano e para todo o povo santo de Deus”, citou.
D. Manuel Quintas destacou que, “deste modo, aquilo de que a igreja-catedral é símbolo não se limita à ação pastoral e ministério do bispo diocesano”. “Ela é a expressão quer da unidade e comunhão com todo o clero e o povo de Deus, quer do templo espiritual edificado no interior de cada crente pela graça batismal”, sustentou.

O bispo do Algarve desejou que aquela celebração “constitua para todos uma oportunidade para um maior crescimento da consciência da Igreja de «pedras-vivas»” que todos constituem “em vista de um serviço corresponsável” à Igreja diocesana e ao povo algarvio.