"Em termos técnicos de trabalho com cães, o Algarve está muito debilitado", alertou o coordenador nacional de cães de utilidade, Celso Alves, à margem da 1ª prova de Mondioring na região, que decorreu hoje em Pechão, no concelho de Olhão.
Segundo aquele treinador e também juiz em provas de Mondioring, o Algarve ao receber provas da modalidade pode vir a ter a "médio prazo" cães bem trabalhados em termos de utilidade, que depois consiga usar para fazer salvamentos, busca de drogas, busca de explosivos, controlo de multidão ou controlo de trabalho táctico de encontrar pessoas.
As provas de Mondioring, à qual só entram os cães que passam nos testes de sociabilidade, servem para verificar as qualidades genéticas dos cães.
O mondioring tem exercícios de obediência, exercícios de saltos em obstáculos para testar a robustez do animal, exercícios de defesa ou exercícios de recusa de alimento.
Com aquelas bases de trabalho e com as devidas adaptações, um cão pode "virar-se facilmente para o trabalho policial", mas também para tarefas como encontrar uma pessoa perdida no mato ou encontrar as chaves de casa que o dono está constantemente a perder, adiantou celso Alves.
O primeiro passo para a região algarvia ser auto-suficiente no treino de canídeos para trabalho policial deve-se a um clube algarvio chamado "Dog Spa" que tem feito um "esforço enorme para juntar as pessoas e mandá-las para formação em Lisboa há já cerca de um ano", explicou Celso Alves.
A 1ª prova de Mondioring no Algarve contou com a participação de 15 cães, alguns dos quais que representaram Portugal no mundial da competição, alcançando lugares de pódio e várias.
Os pastores alemães de linhas de trabalho ou pastores belgas malinois são as raças que mais se adequam a este treino de Mondioring, porque há 100 anos que são seleccionados para conseguirem fazer um trabalho variado.
"Num segundo estão a guardar e noutro segundo são um magnífico cão de casa que pode estar em contacto com as crianças sem criar problema na sociedade", acrescentou o especialista.