O projeto, criado com o objetivo de valorizar o património judaico português como parte integrante da história do país, foi apresentado ontem de manhã por Jorge Patrão, secretário geral da Rede de Judiarias de Portugal, no Museu Municipal de Faro, no contexto das comemorações do 525º aniversário da edição do mais antigo livro impresso em Portugal, mais precisamente em Faro, em junho de 1487, por Samuel Gacon.

Para além da ERTA fazem ainda parte do projeto as regiões de turismo da Serra da Estrela, Douro, Alentejo, Oeste e Lisboa e Vale do Tejo, que conta neste momento com 14 associados, entre municípios, comunidades judaicas e as próprias regiões de turismo. Os municípios aderentes são já 13, incluindo Alenquer, Belmonte, Castelo Branco, Castelo de Vide, Évora, Freixo de Espada à Cinta, Guarda, Lamego, Penamacor, Sabugal, Tomar, Torres Vedras e Trancoso.

Jorge Patrão explicou que a Rede de Judiarias de Portugal é uma “associação privada de interesse público”. “Mais do que trabalho para o turismo, é trabalho para a cultura portuguesa”, afirmou aquele responsável, que apresentou ainda a candidatura a apoios financeiros para promoção e valorização da identidade judaica portuguesa no diálogo interculturas, já entregue ao secretário de Estado da Cultura e à Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro.

Segundo aquele responsável, a candidatura, que tem a participação de 25 municípios, contempla basicamente “ações imateriais”, mas entre as iniciativas previstas estão alguns projetos âncora para todo o país como a criação do Museu Judaico de Lisboa.

No Algarve entre os municípios interessados estão Silves e Lagos que, segundo Jorge Patrão, já pediram documentação para estudo.

No sítio na Internet da Rede de Judiarias de Portugal explica-se que na região algarvia “prosperaram comunidades de judeus, muitos deles mercadores, atraídos para o Algarve na época dos Descobrimentos Marítimos Portugueses”. Aquele espaço virtual destaca ainda as cidades de Faro, Lagos e Tavira como os lugares de maior presença judaica.

Samuel Mendonça