A ideia foi recriar produtos já existentes mas com uma roupagem contemporânea ou criá-los de raiz sem desvirtuar as técnicas que têm acompanhado várias gerações de artesãos, explicou à Lusa Alice Pisco, da CCDR/Algarve, que promove o projeto.
Desta aliança nasceram uma nova apresentação de um “isqueiro do pastor”, sacos de palma tingidos num “degradé” de cores fortes, peças de bijutaria com sementes e frutas secas, chávenas de chá e candeeiros com materiais da região.
A nova linha de produtos é apresentada na segunda-feira dia 27, na Escola de Hotelaria e Turismo do Algarve num programa que inclui um debate sobre as perspetivas para o futuro do artesanato no Algarve.
Ana Silva, de São Bartolomeu de Messines, é uma das artesãs que participa no projeto e a responsável por recuperar o “isqueiro de pastor” que, com a ajuda dos designers Álbio Nascimento e Kathi Stertzig, ganhou uma dimensão contemporânea.
Na aldeia onde vivia com os pais havia um homem que fazia aqueles isqueiros, inspirados na técnica pré-histórica que levou à descoberta do fogo, e há alguns anos Ana começou a tentar reproduzir a técnica com algumas inovações.
Num quadrado de madeira foi introduzida pedra de isqueiro (em vez de metal) e a pedra usada para fazer faísca com a madeira foi substituída por uma lente de vidro, mantendo-se a terceira variável: uma semente que fica em brasa e origina o fogo.
Ana está na expetativa que o projeto catapulte comercialmente os produtos , o que é também uma das vertentes do TASA, ao abrigo do qual pelo menos sete artesãos foram apoiados ao nível da consultadoria de comunicação.
“As empresas ou instituições podiam oferecer estes produtos tradicionais em vez dos habituais “gadgets” como porta-chaves ou canetas”, desafia Álbio Nascimento, da empresa luso-alemã “The Home Project”, que desenvolveu o projeto.
Quando terminar, em agosto, o projeto pode ser prolongado na criação de uma loja “on line” ou de um espaço físico que reúna os produtos, mas a ideia ainda vai ser discutida.