O responsável pelo Secretariado Diocesano da Pastoral Vocacional explicou na vigília que assinalou o encerramento da Semana Nacional de Orações pelas Vocações que “a vocação é uma questão de encontro com Deus” e que “Deus é a razão de ser de qualquer vocação, vida entregue e consagrada”.

“Ninguém se torna padre, religioso ou religiosa porque acordou de manhã e se lembrou. As vocações são, acima de tudo, um ato de fé porque, a partir da escuta de um chamamento particular, alicerçados e apoiados nesse chamamento, os vocacionados entregam a sua vida”, constatou, lembrando que “as vocações são também sinal de esperança para o mundo e para a humanidade”. “Esperança de quê? De que todo o mundo possa conhecer Jesus Cristo por nosso intermédio”, realçou.

Por outro lado, o sacerdote acrescentou que este encontro com Deus “alicerça-se num outro encontro: o encontro que nasce da oração”. “Ninguém pode permanecer fielmente na vida da Igreja e na vida consagrada que não seja alicerçado na oração. Se assim não for, tudo aquilo que podemos vir a fazer pode tornar-se num peso, ainda que seja a coisa mais bonita do mundo”, advertiu.

O padre Pedro Manuel considerou, por isso, que “celebrar a Semana das Vocações é celebrar essencialmente a beleza de quem um dia se encontrou rezando com Deus”. “Jesus conhece-nos, sabe quem somos, o que podemos ou não podemos, o que conseguimos ou não conseguimos e ainda assim aposta em cada um de nós. Deus conhece-nos a todos e convida-nos a vivermos o risco da vocação e da fé e de sermos, no meio do mundo, sal da terra e luz desse mundo que está à nossa volta”, evidenciou.

Neste sentido, advertiu os consagrados. “Se julgavam que eram mais especiais por terem sido chamados, desenganem-se. A nossa especialidade é sermos humanos, por isso é que Deus nos ama, nos escolhe e aposta em nós. Diariamente, se eu não tiver amor pela eucaristia que celebro, o meu sacerdócio vale muito pouco; se não renovar o dia em que me comprometi em pobreza castidade e obediência, o meu sim faz com que eu seja mais um funcionário e a Igreja não precisa disso”, afirmou, lembrando que “a Igreja precisa de santos, de carne e osso, que caem, mas que diante de todas as quedas se podem levantar”.

O sacerdote, que lembrou aos consagrados que se tivessem escolhido outros caminhos já teriam, certamente, “experimentado a frustração”, considerou ser “errado” pedir a Deus vocações para congregações e institutos específicos. “O Espírito Santo, que não falha, se encarregará de dizer para onde vão e de nos ajudar a todos a que, rezando pelo surgimento de novas vocações, rezemos também pela conversão da nossa vocação e pela conversão e atualização do nosso sim”, justificou.

Neste contexto, o padre Pedro Manuel defendeu que a diminuição de vocações consagradas é “sinal de purificação”. “Deus sabe o que está a pedir à nossa Igreja neste momento, mesmo quando nos faltam irmãs para as nossas casas, mesmo quando nos faltam padres para as nossas paróquias”, complementou, deixando um apelo. “Rezai, rezai muito e rezai sempre. Esse será o único caminho para que as vocações continuem a ser sinal de esperança, fundadas na fé”, pediu.

A vigília de oração, com cerca de 50 participantes, prosseguiu, tendo como um dos momentos mais significativos a renovação dos votos e das promessas dos diversos consagrados presentes, oriundos das congregações religiosas sedeadas na cidade de Faro.

A oração cantada, prevista realizar na última semana na igreja de São Francisco de Loulé, foi adiada para o dia 18 de maio, pelas 21.30h, na vigília de Pentecostes. O Secretariado Diocesano da Pastoral Vocacional irá ainda realizar, no dia 15 de junho, às 21.30h, por motivo da ordenação sacerdotal do diácono Nuno Coelho agendada para o dia 29 de junho, uma vigília de oração na igreja de Lagoa, onde estava prevista realizar-se a vigília de sábado passado.

De 14 a 21 deste mês a Igreja Católica celebrou a Semana Nacional de Orações pelas Vocações por ocasião do último domingo, o quarto Domingo da Páscoa, em foi assinalado o 50.º Dia Mundial de Orações pelas Vocações, este ano sob o tema da mensagem do Papa emérito Bento XVI: “As vocações sinal da esperança fundada na fé”.

Samuel Mendonça