Um dos congressistas revelou que a participação naquele acontecimento impulsionou a decisão de entrar no Seminário de Faro

No regresso ao Algarve, os congressistas da diocese partilharam o significado que teve para cada um a participação no V Congresso Eucarístico Nacional (CEN), que se realizou em Braga de 31 de maio a 02 de junho.

Um dos testemunhos que mais surpreendeu e causou emoção na comitiva foi a de Nuno Fernandes, da paróquia de São Sebastião de Lagos. Aquele jovem de 18 anos, pertencente ao grupo de pré-seminaristas do Seminário de São José de Faro, revelou que a participação no CEN impulsionou a decisão de entrar naquela instituição no próximo ano pastoral para encetar uma caminhada de discernimento vocacional.

“Como pré-seminarista ajudou-me a esclarecer algumas dúvidas em relação ao Seminário”, explicou, acrescentando que o congresso “superou tudo o que estava à espera”. “Gostei bastante”, testemunhou aquele acólito, explicando que também o ajudou a esclarecer dúvidas relativas à Eucaristia.

Nuno Fernandes disse ainda não esperar “tantas pessoas” na peregrinação ao Sameiro que viveu com grande entusiasmo. “Nossa Senhora do Sameiro passou a ter mais um devoto”, acrescentou.

Também de Lagos, mas da paróquia de Santa Maria, Amélia Viegas explicou que quando soube da organização da Diocese do Algarve para o congresso, decidiu abdicar da participação individual para a de grupo por considerar que assim se sentiria mais em peregrinação. Esse sentimento foi plenamente vivenciado no domingo, na peregrinação a pé até ao Santuário do Sameiro, após tudo o que assimilou durante o congresso. “Não há descrição possível para a caminhada toda e para a oração atrás de Nossa Senhora”, testemunhou aquela acólita, acrescentando: “espero que, enriquecida por este congresso, consiga servir cada vez melhor, com uma entrega cada vez maior”.

Paroquianos da paróquia de Ferreiras, Beatriz Rosa e João Pereira embarcaram juntos neste desafio do pároco, assim como no de serem catequistas que abraçaram recentemente como resposta ao repto que o padre Pedro Manuel também lhes lançou. “Tocou-me imenso e foi uma bênção estar ali. Sinto agora que tenho a fé renovada, sinto-me uma pessoa melhor”, contou Beatriz Rosa, explicando que a peregrinação “foi muito especial” e que também ficou devota de Nossa Senhora do Sameiro.

João Pereira considerou que a conclusão do CEN é o início de uma nova etapa, fundada na “felicidade de saber que Jesus ressuscitou” e que “tem de ser partilhada”. Pegando na metáfora de Carlo Acutis, que brevemente será canonizado, de que “a Eucaristia é a autoestrada para o céu”, advertiu que semanalmente é preciso “atestar o depósito”.

Recordando as palavras da irmã Alzira Sobrinho – cujo processo de canonização também decorre e foi destacado no congresso –, ao contar ter ouvido Jesus pedir-lhe para o levar consigo, João Pereira apontou a necessidade de os congressistas também responderem agora àquele mesmo desafio.

Corinna Cappozzo considerou que o CEN “veio rejuvenescer a alma”. “Senti mesmo isso. Sinto-me renovada, sinto-me nova. Mas a partir de dentro. Não é só uma questão de vontade, é uma questão de graça”, afirmou aquela congressista, pertencente ao Movimento dos Focolares presente na diocese algarvia.

Foto © Samuel Mendonça/Folha do Domingo

“Percebemos a realidade daquilo que é a Igreja. O que guardei para mim é uma Igreja geradora de esperança e uma Igreja samaritana com a fantasia do amor”, acrescentou.

Helena Lobato testemunhou que “ser desafiada a vir ao CEN teve tanto de surpresa como de curiosidade”. “Desde o primeiro dia percebi que tinha ali sido chamada para melhor entender alguma coisa que Deus queria que eu entendesse mais profundamente. Com o passar das horas fui entendendo a maravilha do texto a caminho de Emaús”, sustentou em alusão ao tema do congresso – “Partilhar o Pão, alimentar a Esperança. ‘Reconheceram-no ao partir o Pão’ (Lc 24,35)” – que remeteu para o encontro de Jesus com dois discípulos no trajeto para aquela localidade.

Aquela paroquiana de Boliqueime disse que “ouvir dissertar os palestrantes foi um luxo espiritual e um desafio intelectual permanente”. “Tudo somado, posso dizer que descobri algumas respostas que me foram dadas para um maior sentido do mistério do «Tomai e recebei»”, acrescentou.

A congressista disse ainda que “ter subido ao monte atrás de Maria foi algo verdadeiramente extraordinário”. “Foi muito bom. Consegui falar com ela e sei que um dia me vai responder porque me leva até ao seu filho”, sustentou, acrescentando: “o que trago muito forte deste congresso é saber que a minha vida mudou. E mudou profundamente. Foram três dias, mas chegaram perfeitamente para mudar. Até posso dizer que sou uma pessoa nova. Encheu-me a alma o que ouvi, o que vi, o que encontrei”.

Luís Lopes contou que daquela “experiência inesquecível” e “muito gratificante”, o que lhe “tocou mais foram as homilias” das Eucaristias. “Identifiquei-me com o testemunho da vida de São Tarcísio e de como, para ele, a Eucaristia era tudo, mesmo com as bombas a caírem-lhe ao pé”, contou aquele acólito e dirigente do CNE, acrescentando que também “não existem palavras” para descrever o que sentiu com a conferência do padre Carlos Carneiro.

Considerando a sua participação no congresso “uma grande bênção”, Maria Antónia Correia fala em “transformação” e numa “grande beleza”. “Transformou-me de uma maneira muito grande, cuja dimensão talvez ainda não tenha percebido bem. Sei que não vou ser a mesma pessoa. Foi tudo de uma grande beleza e só vivendo é que percebemos o que é um Congresso Eucarístico. Vou viver a Eucaristia de uma maneira completamente diferente”, testemunhou aquela paroquiana de Boliqueime que é ministra extraordinária da comunhão.

Maria Antónia Correia, que também é dirigente do Corpo Nacional de Escutas (CNE), considera ainda que o CEN “encerrou da melhor maneira possível”. Sempre tive o objetivo de visitar os santuários marianos. Nunca tinha vindo a Braga e para mim foi muito bom ter conseguido fazer a peregrinação ao Sameiro”, afirmou.

Maria da Graça Marques considera que o programa foi crescendo ao longo dos dias. “Parecia que cada coisa que vinha era melhor do que a anterior”, referiu, manifestando o desejo de voltar a ouvir ou ler algumas das intervenções.

Aquela paroquiana da Sé de Faro realça, no entanto, o essencial. “Tudo o que dá sentido ao que vivemos é a presença de Cristo no meio de nós na Eucaristia. E foi isso que estivemos a ouvir em todas as intervenções. A vinda de Cristo e depois deixar-se ficar connosco é o facto mais transcendente da história da humanidade”, destacou, considerando a conferência do padre Carlos Carneiro “muito transformadora”. “Fez-nos sentir muito de perto essa presença real de Cristo”, concretizou.

Maria da Graça Marques destacou ainda a possibilidade de ter permanentemente Jesus sacramentado na capela de adoração. “Tínhamo-lo ali à disposição, como não temos habitualmente”, enalteceu.

Patrícia Mendonça testemunhou ter-se emocionado durante a homilia de D. Rui Valério, na oração de vésperas de sábado, quando o patriarca de Lisboa comparou o sentimento de celebrar a Eucaristia ao do regresso a casa.

Aquela catequista e ministra extraordinária da comunhão da paróquia de São Pedro de Faro, que também é professora da disciplina de Educação Moral e Religiosa Católica, destacou ainda a conferência do presidente do Comité Pontifício para os Congressos Eucarísticos Internacionais, padre Corrado Maggioni, na qual destacou que a Eucaristia traz uma exigência de “fraternidade celebrada” e de “relação com os irmãos”. “Nós fomos Eucaristia em grupo nestes dias. Nestes dias nós fomos família”, considerou, lembrando que “a Eucaristia é escola de santidade”.