António Rodrigues (Mais Algarve) e Samuel Mendonça (Folha do Domingo) a acompanhar o Algarve na JMJ
Os cerca de 800 algarvios que já estão a participar na Jornada Mundial da Juventude (JMJ) em Lisboa viveram esta terça-feira, 1 de agosto, o seu arranque de maneira intensa com a Missa de abertura na Colina do Encontro (Parque Eduardo VII) e a festa que a antecedeu.
Logo de manhã, os algarvios deixaram as escolas e o pavilhão onde ficaram acolhidos no Feijó (Almada) e rumaram a Lisboa para fazer festa com as largas dezenas de milhares que jovens de todo o mundo que já se encontram na capital.
Depois do almoço, foram-se dirigindo para o lugar da Missa, onde durante a tarde decorreu a festa que levou ao palco ali erigido imensas bandas católicas, oriundas das mais diversas partes do mundo. A pouco e pouco os jovens foram chegando, debaixo de um sol forte, trazendo bandeiras dos seus países, regiões e movimentos e camisolas identificativas também das mais diversas cores. Os algarvios ficaram espalhados por vários pontos da Colina do Encontro.
O mar de cor foi inundando aos poucos o parque até se tornar numa imensa e compacta multidão a perder de vista.
Na Eucaristia que se seguiu, presidida pelo cardeal-patriarca de Lisboa, D. Manuel Clemente lembrou o lema do encontro ‘Maria levantou-se e partiu apressadamente’ – uma passagem do Evangelho de São Lucas (Lc 1, 39) relativa à visita da Virgem Maria à sua prima, Santa Isabel, mãe de São João Batista – para realçar que também os jovens se puseram caminho. “Foi para muitos um caminho difícil pela distância, as ligações e os custos que a viagem envolveu. Foi preciso juntar recursos, desenvolver atividades para os obter e contar com solidariedades que graças a Deus não faltaram. Muito obrigado a todos os que contribuíram para estardes aqui. Muito obrigado”, afirmou.
O responsável católico considerou que valeu a pena o caminho percorrido. “Valeu a pena o caminho que percorrestes para chegar aqui e vos encontrardes nestes dias, na variedade do que sois e na qualidade que trazeis, cada um e cada uma, de cada terra, língua e cultura”, afirmou, advertindo que “nada pode substituir este caminho pessoal e de grupo, ao encontro do caminho de todos”.
D. Manuel Clemente alertou para um dos problemas de hoje em que as relação presenciais são preteridas pelo contacto através dos meios eletrónicos. “A virtualidade mantém-nos sentados, diante de meios que facilmente nos usam quando julgamos usá-los. Bem pelo contrário, a realidade consistente põe-nos a caminho, ao encontro dos outros e do mundo como ele é, tanto para o admirar como para o fazer melhor”, alertou.
“É muito importante que seja assim convosco e com todos, muito em especial nestes dias. Na verdade, cada encontro que tivermos deve ser inaugurado com verdadeira saudação, em que troquemos entre nós palavras de acolhimento sincero e plena partilha”, prosseguiu.
O cardeal-patriarca deu ainda as boas-vindas à multidão presente. “Lisboa acolhe-vos de coração inteiro, e assim as outras terras em que já estivestes ou estareis deste Portugal, também vosso. Acolhem-vos as famílias e as instituições que disponibilizaram os seus espaços e o seu serviço. Agradecendo a todas elas, entrevejo em cada uma a casa de Isabel, que acolheu Maria e o Jesus que lhe trazia!”, referiu, acrescentando: “Falta muito disto mesmo no mundo em que estamos, quando nem damos bem pelos outros, nem reparamos como devemos naqueles que encontramos”. “Convosco não vai ser assim, não é assim”, anteviu.
D. Manuel Clemente exortou ainda a aprender com Maria a saudar a todos e cada um. “Pratiquemo-lo intensamente nos dias desta Jornada Mundial da Juventude. O mundo novo começa na novidade de cada encontro e na sinceridade da saudação que trocarmos. Para que sejamos pessoas entre pessoas, em mútua e constante visitação! Desejo-vos a todos uma feliz e estimulante Jornada Mundial da Juventude!”, concluiu.
A Missa foi concelebrada pelo bispo do Algarve e por vários padres da diocese presentes. O prior de Taizé, irmão Alois, também esteve na Colina do Encontro. Presentes estiveram também o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa e o presidente da Câmara de Lisboa, Carlos Moedas.
A organização remeteu para esta quarta-feira, 2 de agosto, a divulgação de dados sobre o número de pessoas que assistiram à missa, que marcou o arranque da JMJ de Lisboa.
