Peregrinacao_jubilar_roma_2016 (19)
Foto © Samuel Mendonça

Ontem, o sétimo e último dia da peregrinação jubilar que a Diocese do Algarve realizou a Roma, no âmbito do presente Ano Santo da Misericórdia proclamado pelo papa Francisco (dezembro de 2015 a novembro de 2016), os peregrinos participaram de manhã na audiência pública que o pontífice concedeu na Praça de São Pedro, no Vaticano.

No início do encontro foi anunciada a presença dos peregrinos da Diocese de Faro (Algarve), acompanhados pelo seu bispo, D. Manuel Neto Quintas. Foi igualmente anunciada a presença de peregrinos da Diocese do Funchal, acompanhados pelo seu bispo, D. António Carrilho, natural do Algarve.

Os peregrinos de língua portuguesa apresentaram ao papa “sentimentos de gratidão e afeto filial que acompanham com as suas orações”, pelas intenções do pastor da Igreja universal. Dirijo uma saudação cordial aos peregrinos vindos de Portugal, de Moçambique e do Brasil, particularmente os grupos de Faro, Funchal, Maputo e Aparecida, acompanhado pelos seus respetivos bispos”, disse, no final do encontro. “Queridos amigos, desejo que esta peregrinação reavive em vós a fé no Deus de Jesus Cristo, que nos ensina que a misericórdia é mais forte do que qualquer pecado! Que Deus abençoe a cada um de vós”, acrescentou, numa intervenção em italiano, posteriormente traduzida.

Também o futebolista internacional português Ricardo Quaresma esteve presente na audiência de ontem, tendo entregue ao papa uma camisola da Selecção Nacional de Futebol com uma inscrição com o nome Francisco e o número 20 que o jogador utilizou durante o Euro 2016 que a seleção portuguesa venceu.

Da parte da tarde, os peregrinos da Diocese do Algarve, visitaram a igreja de Santo António dos Portugueses, em Roma, e foram acolhidos pelo reitor monsenhor Agostinho Borges, antes da celebração da eucaristia, presidida pelo bispo do Algarve. O templo mandado construir em 1440 pelo bispo do Porto, Antão Martins de Chaves, para acolher os peregrinos portugueses, foi restaurado em 1620 porque ameaçava ruir e desde 1866 é gerido pelo Instituto Português de Santo António em Roma que tem tutela do Estado Português.

Na celebração, o bispo do Algarve destacou as palavras do papa na audiência da manhã e desafiou os peregrinos a acolher Santo António como modelo de fé, de vida e de anúncio do evangelho.

D. Manuel Quintas referiu-se também à beleza dos lugares visitados ao longo da peregrinação iniciada no passado dia 1 deste mês. O prelado considerou que os monumentos não foram criados para “mostrar que cada geração tinha capacidade e pôs os seus dons ao serviço das obras de arte”. “A beleza que nos extasia nos diferentes lugares que visitámos é apelo à beleza de Deus. Foi uma maneira destes artistas testemunharem a sua fé e transmitirem-na às gerações vindouras”, considerou.

O bispo do Algarve advertiu que a peregrinação não serviu apenas para marcar a presença dos seus participantes em cada basílica ou monumento, mas para cada um deixar-se evangelizar pela mensagem acolhida junto aos diversos espaços. “Como é que vamos regressar? Uma peregrinação a estes lugares tem de ser um decidir-se a percorrer um caminho de fé”, acrescentou, exortando cada peregrino a ser «sal» e «luz».

Os algarvios partiram pelas 20.06h (hora local, 19.06 em Portugal) do Aeroporto Leonardo da Vinci (mais conhecido por Aeroporto de Fiumicino) da capital italiana num airbus A320 da TAP. Após a escala em Lisboa, o bispo do Algarve e os restantes peregrinos chegaram a Faro pelas 23.56h (hora local) no airbus A320 Aquilino Ribeiro da mesma companhia aérea.

Samuel Mendonça, enviado de Folha do Domingo a Roma