
O bispo do Algarve tem vindo a presidir às eucaristias de tomada de posse dos párocos por si nomeados no dia 19 do passado mês de julho.
D. Manuel Quintas empossou já, no passado dia 28 de agosto, o padre José Chula como vigário paroquial na paróquia da Sé de Faro e o padre Nelson Rodrigues como pároco in solidum (solidário) das paróquias de Loulé.
No passado sábado, o prelado presidiu à tomada de posse dos padres Miguel Neto e Fernando Rafael Rocha, respetivamente, como pároco e vigário paroquial das paróquias de Tavira e Conceição de Tavira e da Capelania de Santa Luzia, no mesmo concelho.
No domingo, D. Manuel Quintas empossou o padre Jesús Ejocha como pároco de Santa Bárbara de Nexe e de Estoi, um serviço que continua a ter associada a colaboração do diácono Luís Galante, e o padre Nuno Coelho como pároco de Raposeira, Sagres e Vila do Bispo, missão que passou a acumular com as paróquias de Aljezur, Bordeira e Odeceixe, ficando responsável pelas comunidades paroquiais de dois concelhos algarvios: Aljezur e Vila do Bispo.
Nas celebrações de tomada de posse, o bispo do Algarve fez questão de explicar que as nomeações deste ano são condicionadas pela realidade das vocações sacerdotais, assegurando que “as limitações são cada vez maiores”. D. Manuel Quinta destacou que “o número de párocos fica sempre aquém das necessidades”. “Este ano tivemos dois padres novos, mas temos quatro que deixaram de exercer o ministério por doença ou por idade avançada”, explicou.
D. Manuel Quintas tem apelado à “generosidade” e “compreensão” dos paroquianos diante destas “limitações e contingências”, particularmente em zonas onde os párocos têm a seu cargo um maior número de paróquias e lembrou que os sacerdotes têm também outros serviços na diocese para além do da paroquialidade.
O prelado tem destacado o “apreço” dos paroquianos pelos seus padres e pelo “dom” do ministério ordenado e apelado ao mesmo tempo ao apoio e à corresponsabilidade, lembrando que “o serviço de um pároco numa paróquia será tanto mais eficaz quanto mais houver colaboração e participação de todos”. D. Manuel Quintas disse ainda ser preciso “sentir a comunidade paroquial como espaço da sua própria família”, onde cada um faz falta e onde todos se apoiam e crescem na fé.
O bispo diocesano tem ainda feito questão de esclarecer que a expressão «tomada de posse» significa “ser possuído” e não possuir. “As paróquias é que vão tomar posse deles porque eles vêm para servir as paróquias”, afirmou sobre o serviço dos novos priores. “Mais do que dizer estas são as minhas paróquias, os paroquianos podem dizer este é o nosso pároco”, complementou, acrescentando que os párocos “não são donos das paróquias nem dos seus paroquianos”, mas antes “servidores do evangelho e de Cristo, consagrados a Deus ao serviço do povo” que “passam a ser sinal da presença Deus”. “Que aqueles que olhem para eles vejam algo que lhes recorde a pessoa de Cristo e os valores do evangelho”, apelou.
D. Manuel Quintas tem lembrado que cada padre na diocese “não exerce o seu ministério a título pessoal, mas em comunhão com o bispo e com os outros presbíteros”. “Na Igreja não somos solistas. Formamos um corpo e trabalhamos em comunhão”, afirmou, lembrando que o serviço dos párocos deve ter sempre presente o bem comum e ser marcado pela humildade e pela misericórdia, seja no acolhimento, seja no modo como celebra o perdão.
O bispo do Algarve tem ainda lembrado os anteriores párocos, alguns já falecidos, e exortado à oração pelos sacerdotes algarvios e por toda a Igreja diocesana e pelas vocações de consagração.
Na tomada de posse do padre José Chula na paróquia da Sé de Faro, D. Manuel Quintas referiu-se ao facto daquela ter como responsáveis membros da equipa formadora do Seminário diocesano. “O serviço desta paróquia tem estado sempre ligado ao serviço ao Seminário e vai continuar assim até termos a possibilidade de o separar, o que não vai ser nada fácil”, adiantou.
O cónego José Pedro Martins, prior da Sé, agradeceu ao padre Nelson Rodrigues a “prestimosa e notável colaboração” que deu à pastoral da paróquia e pediu que o padre José Chula seja acolhido com o mesmo “espírito de grata vinda”, augurando-lhe um “prometedor e frutuoso presbiterado”.
O padre Nelson Rodrigues agradeceu, na tomada de posse em Loulé, ao cónego José Pedro Martins por o ter ajudado a “ser sacerdote” e manifestou ao padre José Chula a alegria de tê-lo como seu sucessor e de ir ocupar em Loulé um espaço que era seu. Aos colegas de Loulé, considerou que os três poderão ser “sinal do que é ser comunidade e de viver o evangelho” e aos paroquianos manifestou-se “totalmente disponível” para os amar e para “trabalhar em prol do reino dos céus”.
Em Tavira, o padre Miguel Neto apresentou-se “pronto a trabalhar e a servir”. “Venho em verdadeiro espírito de missão. Gostaria que Tavira fosse uma terra de comunhão e não espaço de divisão ou discussão”, advertiu, regozijando-se pelos dois colegas e pedindo para eles o mesmo respeito e consideração que tiverem para consigo. Em Santa Bárbara de Nexe agradeceu a colaboração e alertou o sucessor que veio para “duas grandes comunidades onde existe um forte sentido de comunhão em torno de Jesus Cristo”.
Já o padre Jesús Ejocha agradeceu ao antecessor e aos paroquianos pelo acolhimento e ao diácono por aceitar continuar a trabalhar naquelas paróquias. “Garanto ao padre Miguel que tentaremos continuar a viver em comunhão”, afirmou.
Em Vila do Bispo, o padre Nuno Coelho pediu aos paroquianos que sejam compreensivos pela forma como terá de gerir o seu serviço nas paróquias.
As eucaristias de tomada de posse dos novos párocos e vigários paroquiais, que pediram aos paroquianos que rezassem por si e agradeceram ao bispo pela confiança neles depositada, prosseguiram com a leitura dos decretos de nomeação, com a profissão de fé dos novos priores com o juramento de fidelidade ao colégio presbiteral, ao bispo, ao papa e a toda a Igreja, com a entrega simbólica das chaves das igrejas e a leitura e assinatura dos autos de posse (atas), com a renovação das promessas sacerdotais e a passagem pela pia batismal, pelo confessionário e pelo sacrário, tendo sido também convidados a sentarem-se na cadeira da presidência.