O empresário falava em Faro na conferência “As Economias regionais como fator de desenvolvimento”, inserida no ciclo “Portugal – A soma das partes”, promovido pela Ordem dos Técnicos de Oficiais de Contas em parceria com a TSF, DN e JN.
“A dívida [das empresas] deve ser projetada a longo prazo e o seu pagamento vinculado às receitas das empresas com garantias reais, do seu próprio património e dos acionistas”, referiu André Jordan, em declarações aos jornalistas.
À margem da conferência, o empresário advertiu que o recente anúncio do pedido de insolvência por parte do grupo Imocom, parceiro da marca Hilton em Portugal, é “um aviso” para o setor, que deve unir esforços.
A cadeia norte americana gere o mais recente empreendimento de luxo do grupo, o hotel “Conrad”, na Quinta do Lago, que chegou a ser classificado como Projeto de Interesse Nacional (PIN) e cuja inauguração tem vindo a ser adiada desde 2009.
Falando mesmo numa situação de “pré-falência” do setor, Jordan acredita que a dívida das empresas pode ser reestruturada através da promoção e das vendas e que quando o setor for reanimado "irão aparecer investidores institucionais".
“Temos que vender nos próximos cinco anos cerca de 100 mil propriedades e aí resolveremos grande parte do problema financeiro de Portugal”, defende, alertando igualmente para a necessidade de dar incentivos fiscais aos compradores.
Paralelamente, deve ser feito um esforço para atrair os turistas do Norte da Europa a passar as suas reformas em Portugal, à semelhança de outros países europeus, como a França, onde três milhões dos proprietários são estrangeiros.
Em Portugal, refere, apenas 150 mil dos proprietários são de outras nacionalidades, número que deve aumentar para que se possa consolidar a dívida, sendo para isso necessário apostar na promoção.
O deputado algarvio Mendes Bota (PSD), também defendeu na sua intervenção a necessidade de reestruturar a dívida do turismo, apelando a um maior apoio às Entidades Regionais de Turismo para a divulgação do país no estrangeiro.
O social-democrata refere que o Governo deve ainda intervir como mediador de um acordo entre as empresas do setor e a banca pois o turismo, sublinha, “é a pedra de toque para o relançamento da economia”.