Recorde-se que já no ano pastoral anterior havia sido realizado um encontro em Loulé, onde participaram cerca de 30 animadores juvenis oriundos, sobretudo, das paróquias do Centro e Sotavento da diocese algarvia.
Este ano, foram cerca de 40 animadores juvenis e jovens da diocese participantes, mais concretamente das paróquias de Algoz, Aljezur, Estombar, Guia, Luz de Lagos, Luz de Tavira, Matriz de Portimão, Mexilhoeira da Carregação, Parchal, Quelfes e São Pedro de Faro.
Após a oração da manhã, teve lugar a exposição do primeiro tema, pelo padre Carlos Aquino, que se debruçou sobre «O lugar da Palavra de Deus na caminha de fé e na vida do jovem».
Tendo em conta o jovem contemporâneo e o constante apelo da Igreja ao enraizamento do despertar religioso na Palavra de Deus, o padre Carlos de Aquino refletia que «a realidade do jovem de hoje é complexa, sendo necessário incentivar a recuperar a capacidade do jovem pensar, escutar e ponderar, características que o mundo presente não permite viver devido ao ativismo».
No que respeita à Palavra de Deus, frisou que «não é uma história do passado, mas presente e atual da qual se pode dizer ser observatório e reservatório, que nos permite ver acontecimentos de Deus com a humanidade, mas guardá-los atualizados em nós, pois Deus por meio da sua Palavra quer recriar-nos, fazer-nos de novo».
Seguidamente, teve lugar o segundo tema «A Lectio Divina: esquemas e dinâmicas». Neste tema exposto pelo padre António de Freitas, assistente do Secretariado Diocesano de Pastoral Juvenil (SDPJ), foi demonstrado o que é a Lectio Divina, notando que «esta prática, é antes de tudo, uma espaço de encontro e amizade com Deus, em grupo ou de modo individual, onde a partir da Palavra de Deus se estabelece um intenso diálogo».
«O grande objetivo e resultado da Lectio Divina é fazer os jovens e cada um de nós passar da habitual leitura da Sagrada Escritura e também do simples conhecimento teórico da Bíblia para um diálogo amoroso e intenso com o nosso Deus, através do maravilhoso Livro Sagrado onde se encontram as palavras de Deus dirigidas ao coração dos homens ao longo de séculos de história de salvação e que hoje são para nós», acrescentou.
Após o almoço-convívio entre os vários participantes, teve lugar um painel intitulado «A Lectio Divina na minha vida». Neste Painel, moderado pelo diretor do SDPJ, tiveram intervenção José Eduardo, da paróquia da Matriz de Portimão e Pedro Farrajota, da paróquia da Sé de Faro.
Na sua intervenção, José Eduardo, demonstrou, de um modo dinâmico e a partir da sua vida concreta, como «é importante a experiência séria de grupo e desse grupo viver a partir da Palavra de Deus de modo intenso, de ser a base da estrutura funcional do grupo», acrescentando que esta experiência de Deus «deve acontecer com frequência, pois transforma verdadeiramente a vida, tal como a chuva miúda vai tornando fecunda a terra».
Terminou a sua intervenção incentivando à Lectio Divina, pois «nós somos aquilo que bebemos e se bebemos da Palavra de Deus seremos cristãos fortes e homens e mulheres saudáveis».
Na segunda intervenção, de Pedro Farrajota, foi frisada a importância da «disponibilidade para o diálogo e escuta a partir da Palavra de Deus, pois nela se nutre a amizade em e com Deus».
Na sua experiência de grupo que pratica a Lectio Divina, Pedro Farrajota destacou que a partilha do grupo a partir da vida confrontada com a Palavra de Deus é um momento forte, enriquecedor e que mostra como Deus atua e transforma a nossa vida», acrescentando que «a Lectio divina não é só aquele momento, mas continua a no dia a dia, como que latejar, trazendo a Palavra de Deus para a vida».
Após este momento teve lugar a prática do exercício da Lectio Divina, feita pelo grupo e dinamizado pelo assistente do SDPJ, tendo o encontro terminado com a oração da tarde.