Nos últimos seis anos foram aprovados no Algarve 402 projetos ao abrigo do sistema de incentivos do quadro comunitário de apoio que terminou em 2013, num investimento elegível de 191 milhões de euros, disse na sexta-feira o presidente da CCDR.
Segundo David Santos, que falava no encerramento do ciclo de debates “Made in Algarve”, 80% do investimento elegível estava associado a projetos de inovação e 72% ao setor do turismo, sendo que a maioria dos projetos (73%) tiveram origem em micro e pequenas empresas.
Aquele responsável aproveitou para apelar às empresas para que tentem orientar-se para aquilo que sabem fazer bem, fazendo “do velho, novo” e não para setores “mais revolucionários”, no âmbito das candidaturas ao próximo Quadro de Referência Estratégico Nacional (QREN) 2014-2020.
O secretário de Estado do Turismo, Adolfo Mesquita Nunes, que marcou também presença no encerramento da sessão, desafiou os responsáveis do turismo a refletir sobre o que deve ou não ser feito para estimular o setor, uma vez que existe excesso de oferta e é necessário que o setor se centre no aumento da procura.
“Se continuarmos a ter uma visão redutora do turismo, construíndo mais hotéis, vamos ter alguns problemas”, alertou, acrescentando que os fundos comunitários podem ter relevância na estruturação de produtos para combater a sazonalidade, exemplificando com o turismo de saúde, cujo crescimento não depende apenas de “ter hotéis e hospitais”.
Durante a sessão de encerramento do ciclo de debates, que decorreram nos últimos meses em vários pontos da região, foi apresentado o projeto Angulata (maternidade de ostras portuguesas) como o primeiro classificado do concurso “Ideias em Caixa 2014”, promovido pela Universidade do Algarve.
O vencedor do concurso – iniciado em 2004 e que já resultou na criação de mais de duas dezenas de empresas – recebeu uma bolsa no valor de 4.800 euros.
Na ocasião foi ainda inaugurada a exposição “Made in Algarve”, que inclui trinta projetos empresariais apoiados por fundos europeus, e realizada uma sessão “Ignite”, em que cada orador dispôs de cinco minutos e 20 slides para estimular a plateia.
A exposição, que depois estará patente na sede da CCDR/Algarve, entre 12 de maio e 09 de julho, inclui filmes, painéis e produtos das trinta empresas participantes no projeto “Made in Algarve”, divididas em seis setores.
O evento incluiu ainda um debate subordinado ao tema “Empresas com Futuro”, no qual participaram representantes de três das trinta empresas selecionadas.