Em declarações à agência Lusa, o ex-diretor do museu, encerrado há três anos, referiu que havia o risco de os documentos se deteriorarem se permanecessem no local, já que necessitam de cuidados de conservação e a fábrica está fechada.

Segundo Manuel Ramos, a transferência do arquivo, que é apontado como um dos mais importantes no mundo sobre a história da indústria de cortiça, é um passo importante “para que não se disperse”, antes da previsível declaração de insolvência.

A Fábrica do Inglês, que integra o Museu da Cortiça, abriu em 1999 e fechou 10 depois por dificuldades financeiras, estando parte do complexo à venda em hasta pública por 900 mil euros até 11 de setembro de 2012.

Entre o espólio, contam-se muitos documentos do século XIX – nomeadamente recibos de salário dos operários da fábrica -, que foram encontrados em 1998 na cave do ‘chalet’, moradia no centro da antiga fábrica onde funcionava a administração, explicou.

De acordo com aquele responsável, o arquivo regressará à cidade quando houver condições e para que, depois de inventariado e classificado, possa ser disponibilizado ao público. A transferência do arquivo para Faro foi feita ao abrigo de um protocolo entre a administração da Fábrica do Inglês e a Secretaria de Estado da Cultura, através da Direção-Geral de Arquivos.

No museu permanecem máquinas únicas no mundo e outros equipamentos que remontam ao período em que Silves era a capital nacional da indústria corticeira e que agora estão abandonados.

Liliana Lourencinho com Lusa