Depois de Luís Guilhermino, candidato do PS concorrente á Câmara de Castro Marim, ter dito á Agência Lusa que o Governo se preparava para encerrar as extensões de saúde das freguesias serranas de Azinhal e Odeleite após as eleições autárquicas de 29 de setembro, a ARS foi questionada sobre o assunto e admitiu a possibilidade
O vogal da ARS do Algarve Miguel Madeira disse que o eventual encerramento de extensões de saúde “é um processo em estudo” e uma “possibilidade que não será omitida”, mas ainda não há nem números nem locais que possam avançados e o encerramento definitivo será antecedido de uma fase experimental que pode começar “em outubro”
“Há fatores de risco, que temos identificado, e aquilo que vai existir vai ser um processo gradual, em que, numa primeira fase, iremos testar se a resposta que pretendemos passar a dar com a transferência de utentes de algumas extensões, como do Azinhal para Castro Marim, traz efetivamente ganhos de qualidade para as populações e para os utentes que são beneficiários”, afirmou o vogal
Miguel Madeira frisou que, “para prestar serviços de qualidade, são necessários meios” e considerou ser de fácil entendimento que “uma unidade de saúde presta serviços de maior qualidade se puder prestá-los de uma forma contínua durante cinco dias por semana do que se estiver um dia por semana só aberto”
O dirigente da ARS acrescentou que, “depois desta fase [experimental], haverá uma avaliação” e, “se efetivamente se verificar que as vantagens associadas não superam de uma forma significativa as desvantagens”, a ARS “está aberta” para estudar novas soluções
As extensões de saúde em causa estão situadas em freguesias da serra algarvia, nas quais a maioria da população é idosa, e são servidas por poucos transportes públicos. Muitas vezes são as câmaras que disponibilizam semanalmente os seus autocarros para fazer o transporte de munícipes das aldeias para as sedes de concelho
Questionado sobre a matéria há cerca de duas semanas, durante a inauguração da unidade de cuidados continuados do Azinhal, o ministro da Saúde, Paulo Macedo, respondeu que o transporte era um fator essencial a ponderar para fazer essa reorganização de serviços, que está a ser conduzida pela ARS do Algarve
O governante disse que é necessário “ver se se consegue ou não compensar os inconvenientes, face aos benefícios que decorrem desta centralização”, mas deixou a garantia de que “as extensões serão mantidas ou não consoante o que seja, em primeiro lugar, a casuística da população”
“De certeza que não vamos manter extensões abertas a atender, por exemplo, uma pessoa ou duas por dia. E se houver transportes que compensem, essas pessoas ficarão inclusivamente melhor servidas”, considerou na altura o governante, remetendo mais explicações para a ARS