Joao_moura_reisO presidente da Administração Regional de Saúde (ARS) do Algarve nega que os utentes de Vila Real de Santo António sem médico tenham que se deslocar a Tavira ou Alcoutim.

A Lusa questionou a ARS do Algarve sobre o assunto depois de ter tido acesso a uma comunicação interna do Agrupamento de Centros de Saúde (ACES) do Sotavento.

No ponto 2 dessa comunicação podia ler-se: “Utentes inscritos sem médico de família e utentes não inscritos. Cuidados Médicos: poderão ser atendidos na consulta de atendimento complementar do Centro de Saúde de Tavira (diariamente) e de Alcoutim (sábados)”.

Mas o presidente da ARS Algarve assegura que as consultas complementares em Tavira ou Alcoutim se destinam apenas a não inscritos, ou seja, a turistas e visitantes de passagem e não aos utentes da Unidade de Saúde Familiar (USF) do Guadiana

Segundo a ARS Algarve, os utentes da USF do Guadiana têm todos médicos de família, uma vez que os 16 médicos no ativo permitem que os 26.900 utentes inscritos nos concelhos de Vila Real de Santo António (10.700) e Castro Marim (16.220) tenham um clínico e não tenham necessidade de recorrer a consultas complementares.

Em declarações à agência Lusa, o presidente da ARS Algarve, João Moura Reis, explicou que o ACES do sotavento é o “único do Algarve com capacidade para atribuir médico de família a todos os inscritos”.

“O ACES do Sotavento tem a particularidade de conseguir ter médico de família para fazer a cobertura de toda a gente, neste caso concreto da população, e não há necessidade de haver outro tipo de consultas” para esses utentes, afirmou João Moura Reis.

Como há a capacidade de atribuir médico de família a todos os utentes, a ARS o que fez foi emitir um comunicado a pedir às pessoas inscritas no ACES do Sotavento, mas ainda sem médico de família atribuído, para se dirigirem às unidades de saúde “para lhes ser atribuído um e lhes serem explicadas as vantagens” de terem um clínico familiar, acrescentou.

“Mas há sempre consultas de recurso, uma no litoral, em Tavira, e outra na serra, em Alcoutim, para as pessoas que não estão inscritas no ACES Sotavento, como turistas ou visitantes de passagem, e necessitem de uma consulta de circunstância ou de algum medicamento”, completou João Moura Reis.

O presidente da ARS do Algarve sublinhou que estas consultas são para doentes não urgentes, porque os doentes urgentes continuam a poder dirigir-se ao Serviço de Urgência Básica de Vila Real de Santo António e às Urgências do Hospital de Faro.