A assembleia diocesana do Renovamento Carismático Católico no Algarve ficou marcada no passado domingo pelo apelo ao regresso após os anos da pandemia e pela exortação à oração de louvor.

No encontro, que teve lugar Centro Paroquial de Loulé, com a participação de grupos de Albufeira, Faro, Lagos, Odiáxere e Portimão, após a oração da manhã, o coordenador diocesano daquele movimento deixou uma forte exortação à oração de louvor. “A oração é o coração do Renovamento Carismático Católico”, afirmou António Aparício, explicando que a caraterística da oração realizada naquele movimento é o louvor. “O Renovamento Carismático é um movimento como outro qualquer, mas tem uma caraterística específica, diferente dos outros, é o louvor”, afirmou, considerando que no movimento “o Espírito devolveu à Igreja e à vida do homem o sentido da majestade e da grandeza de Deus”. “O louvor converteu-se num estilo de vida”, explicou.

E aquele responsável explicou a razão de o louvor ser feito “com os braços no ar”. “Temos um exemplo bíblico que estabelece isto: Moisés. Por isso louvamos de braços para cima, de braços abertos, porque abraçamos o Deus que está presente no meio de nós”, afirmou, acrescentando: “não inventámos nada, não fazemos nada que o povo judeu não tivesse feito, cantando com a cítara, o tímpano, batendo palmas”.
“A suprema expressão corporal não só das mãos, mas também de todo o corpo – a dança, o ritmo, o balanço – através do qual todo o nosso ser se deixa impregnar pela música e todo o corpo se converte em canção, é uma expressão característica daqueles que a amam e louvam a Deus!”, desenvolveu. no encontro que teve como tema “Recomeçai no fogo do Espírito Santo”.

É claro que nós não podemos fazer isto numa celebração eucarística, mas, às vezes, até fazemos quando as celebrações eucarísticas são dedicadas a membros do Renovamento”, prosseguiu, considerando que “a Eucaristia não é um monólogo”. “É um diálogo entre Deus, através da sua palavra, connosco, com a assembleia. Por que não cantamos? Por que deixamos que o coro cante sozinho? Deus está no meio de nós, dança e canta connosco, e nós estamos mudos e calados! Não tenhamos medo”, acrescentou.
Referindo-se ao “entusiasmo normal diante da presença salvífica” de Deus, citou o padre Emiliano Tardif: “porque é que o povo pode gritar e entusiasmar-se com o triunfo da sua equipa favorita no estádio e não pode expressar a sua emoção diante do único que venceu a morte? Porque é que se pode chorar de emoção diante de um artista e não de alegria diante do Senhor dos senhores? Embora não duvide que algumas pessoas exageram na sua expressão emocional, a outras falta de liberdade de expressão”.

Aquele responsável referiu-se ainda à “situação muito difícil” da pandemia “que não afetou o só os grupos do Renovamento Carismático, mas a própria Igreja na generalidade”. “Arregacem as mangas, vamos aos grupos de oração. Temos de nos voltar a encontrar. Temos de recuperar a alegria, a ligação ao primeiro amor”, pediu, desafiando também os presentes a aceitarem se forem chamados para o núcleo.
Depois do almoço partilhado e da oração mariana que se lhe seguiu, decorreu a Eucaristia presidida pelo bispo do Algarve e concelebrada pelo novo assistente do movimento. D. Manuel Quintas exortou a que a oração faça parte das vidas dos seus membros para que continuem a “ser firmes na fé”. O bispo diocesano realizou ainda a consagração do Renovamento Carismático Católico do Algarve a Nossa Senhora.

O padre António Moitinho lembrou a sua relação com o movimento. “Basicamente, foi graças ao Renovamento que cheguei à vida cristã”, afirmou. O novo assistente anunciou ainda que gostaria de visitar todos os grupos algarvios até ao final do presente ano para conhecer as “as dificuldades, as realidades, as situações”. O sacerdote foi presenteado com o livro, intitulado “Como um Vendaval”, do padre Vicente Borragán Mata, oferecido pelo coordenador diocesano.

Os membros dos grupos foram desafiados a construir terços para o encontro que foram benzidos pelo bispo do Algarve e um deles foi-lhe também oferecido por António Aparício.
A Conferência Nacional do RCC tem personalidade jurídica canónica e personalidade jurídica civil, nos termos da Concordata, entre a Santa Sé e a República Portuguesa; para além das equipas diocesanas também fazem parte da conferência três comunidades – Emanuel, Canção Nova e Cristo Betânia.
O Renovamento Carismático Católico nasceu durante um retiro de estudantes da Universidade Duquesne de Pittsburgh (Pensilvânia – EUA), em 1967 e está hoje presente em mais de 200 países, com mais de 120 milhões de membros.