Os eleitos municipais vão discutir "as opções e localizações para grandes superfícies comerciais", adiantou à Lusa o presidente da Câmara, Seruca Emídio, sublinhando que também se vai falar do "melhor conceito de grande superfície" para aquele concelho algarvio.

Para o autarca esta sessão extraordinária servirá para ouvir as opiniões de diversas pessoas interessadas e "ficar na posse de maior e melhor número de informações".

Depois da Câmara Municipal decidir qual o local em que vai ser edificado a grande superfície comercial, a Assembleia Municipal vai ser consultada sobre a decisão do executivo camarário, mas não tem poder vinculativo, reitera o autarca.

Da reunião de hoje apenas sairá uma recomendação sem poder vinculativo, recordou o autarca de Loulé.

"O executivo municipal é que vai decidir a localização para construir a grande superfície e depois da sua decisão enviará para a Assembleia Municipal para aprovação, porque a obra exige alteração do plano de ordenamento do território", explicou o autarca.

O grupo Ikea disse à agência Lusa, a 10 de março, que as suas intenções para construção de uma loja e o centro comercial no Algarve até 2015 localizavam-se no concelho de Loulé, junto ao nó Loulé/Faro, cobrindo população algarvia, Baixo Alentejo e zona fronteiriça.

Também em Loulé, mas no eixo Loulé/Quarteira, está equacionado um projeto da Auchan, denominado "Alegro Algarve", representando um investimento de 400 milhões de investimento e quatro mil postos de trabalho direto numa área total de 40 hectares.

A associação ambientalista Quercus acusou em janeiro deste ano o gigante imobiliário Ikea de pretender construir a loja no Algarve em solos classificados como Reserva Agrícola Nacional e pedia à CCDR/Algarve para "defender o ordenamento do território".

A Associação de Defesa do Património e Ambiente do Algarve (Almargem) também já veio dizer que não é "favorável à implantação de mais grandes superfícies comerciais no Algarve", sobretudo do "modo massificado e pouco sustentável a que se tem assistido, tendo em conta a alteração negativa dos hábitos sociais e de consumo que geralmente acarreta e a grave afetação do pequeno comércio tradicional nas zonas envolventes".

Lusa