Numa altura de crise, em que se assiste ao fecho de cada vez mais espaços comerciais no centro da cidade, a iniciativa “Estamos na Baixa” pretende desafiar os empresários a abrir lojas ‘pop up’ (temporárias), contribuindo também para criar empregos, disse à Lusa Davide Alpestana.

“Verificámos que, durante este ano, aumentou o número de lojas vazias na baixa de Faro. E num dos seminários que organizámos, surgiu a ideia de os proprietários reduzirem as rendas e de a câmara agilizar os licenciamentos para permitir a abertura dessas lojas ‘pop up’”, afirmou.

A abertura de lojas temporárias, todas situadas “nas ruas pedonais próximas da principal artéria de comércio tradicional da cidade”, a rua de Santo António, permitirá aos empresários pagarem rendas “a preços mais acessíveis, entre os 250 e os 350 euros mensais”, valores que serão atualizados trimestralmente ao longo dos nove meses do projeto, precisou.

“Se depois desse tempo os empresários quiserem permanecer, pagarão um valor mais elevado do que no primeiro trimestre, mas sempre dentro destes preços”, acrescentou ainda o coordenador do projeto.

Davide Alpestana explicou que as candidaturas, que podem ser entregues até 25 de janeiro, vão ser depois avaliadas por um júri que inclui representantes do comércio tradicional da baixa da cidade, e vão ser escolhidos os projetos com maior viabilidade e que não colidam com os negócios já instalados na zona.

Davide Alpestana disse ainda que, quando terminar o prazo para a apresentação de propostas, o júri terá duas semanas para entrevistar os candidatos, decidir quais são os negócios com maior viabilidade e a localização que mais se adequa aos mesmos.

Os empresários selecionados dispõem depois de cerca de dois meses para prepararem as lojas antes da “abertura prevista para o início de abril”, sublinhou.

O coordenador disse que, até ao momento, a Associação Faro1540 já recebeu “várias candidaturas”, em áreas como o Desporto, as bicicletas e a mobilidade sustentável, a moda e o pronto-a-vestir ou o artesanato urbano, mas disse ser ainda cedo para avançar com uma estimativa dos postos de trabalho que a iniciativa pode vir a criar.

“Isso vai depender dos projetos que possamos angariar e das marcas que possam vir a aderir. Neste momento só podemos apontar para a criação de um posto de trabalho por loja”, afirmou Davide Alpestana, sublinhando que, “numa primeira fase, se a iniciativa chegar às cinco lojas já poderá ser considerada um sucesso”.

Lusa