IkeaA Associação Nacional de Jovens Empresários (ANJE) demarcou-se ontem da posição desfavorável assumida pelo seu núcleo regional no Algarve quanto à construção de uma loja Ikea em Loulé, sublinhando que essa não é a posição institucional daquele organismo.

A ANJE/Algarve integra um conjunto de associações empresariais algarvias que tentaram, sem sucesso, impugnar judicialmente o plano de urbanização que viabiliza a construção de uma loja Ikea, em Loulé, posição da qual a direção nacional se demarcou, em comunicado enviado à agência Lusa.

“A ANJE considera que o investimento do IKEA, avaliado em cerca de 200 milhões de euros, é um importante contributo para a economia da região”, lê-se no comunicado, que acrescenta que a prevista criação de 3.000 postos de trabalho resultantes do projeto “é um irrefutável impulso à revitalização do mercado de trabalho algarvio”.

A direção nacional daquela associação esclarece ainda que “as opiniões desfavoráveis” do núcleo regional algarvio “não representam a posição institucional” da ANJE relativamente ao investimento do grupo sueco, uma vez que, “em momento algum”, a direção nacional “tomou qualquer posição pública ou empreendeu qualquer ação sobre este tema”.

Várias associações empresariais algarvias tentaram, por duas vezes, impedir a localização da loja Ikea prevista para o concelho de Loulé, junto ao nó Loulé-Faro da A22, numa zona próxima do Estádio Algarve, por a considerarem prejudicial para a região.

Para a loja poder ser instalada naquele local, a Assembleia Municipal de Loulé aprovou, em 2013, o Plano de Urbanização Caliços-Esteval, que implicou a reclassificação daqueles terrenos, que antes integravam a Reserva Agrícola Nacional, para uso urbano.

Antes da providência cautelar apresentada por seis associações em 2013 no Tribunal Administrativo e Fiscal de Loulé, algumas daquelas instituições já tinham apresentado outra, em 2011, mas o tribunal deu parecer favorável à localização prevista para a loja.

A mais recente providência cautelar foi entregue pela ANJE/Algarve, Associação de Comércio e Serviços da Região do Algarve (ACRAL), Associação de Empresários de Quarteira e Vilamoura, Associação de Hotéis e Empreendimentos Turísticos do Algarve (AHETA), Associação dos Industriais Hoteleiros e Similares do Algarve (AIHSA) e pela Confederação de Empresários do Algarve (CEAL).

A alteração da utilização dos solos dos terrenos que vão acolher o projeto comercial é a questão mais polémica decorrente da aprovação daquele plano de urbanização, que incide também sobre a área empresarial do Esteval, o Parque das Cidades e o antigo matadouro do Algarve.

A Lusa tentou obter esclarecimentos junto do núcleo algarvio da Associação Nacional de Jovens Empresários (ANJE), mas tal não foi possível até ao momento.