Sustentando que o assalto da madrugada de sábado a um hotel de quatro estrelas em Vilamoura foi mais um sinal do aumento da criminalidade violenta contra hotéis e turistas, Elidérico Viegas afirmou que os meios de alarme, videovigilância e segurança de que os hotéis dispõem são “manifestamente” insuficientes.

“Os ladrões de hotéis já não são os pilha-galinhas nem os carteiristas ou pequenos criminosos. Tem-se verificado um aumento generalizado dos assaltos organizados e violentos”, disse o presidente da Associação dos Hotéis e Empreendimentos Turísticos do Algarve (AHETA), recordando que a região é a segunda do país em matéria de assaltos a turistas, a seguir a Setúbal.

Além da alteração legislativa, o dirigente hoteleiro sublinhou que o uso de armas de fogo por parte dos seguranças pressupõe uma formação adequada para a utilização de armas, invocando o exemplo dos Estados Unidos, país em que “um segurança armado tem tanta formação como um polícia”.

“Ninguém queria ir para um destino em que só visse polícias, mas eu também não iria para um destino que os governantes do meu país dissessem que não era recomendável por não ser seguro”, acrescentou.

Para um aumento da segurança nos hotéis e no turismo em geral, o responsável defendeu também a alteração do modelo territorial de gestão das polícias, o reforço da investigação criminal e mais meios técnicos, viaturas e efetivos humanos para as forças policiais.

“Precisamos também de uma profunda alteração às leis criminais penais, para evitar que as polícias se sintam vítimas da situação, pois muitas vezes os criminosos saem mais depressa dos tribunais do que os próprios agentes”, salientou.

Sobre o reforço de efetivos, criticou que os meios destacados para o Algarve “tenham em conta os 400 mil residentes fixos”: a região “em média duplica esse número, com os turistas e os que têm cá casa de férias”.

Além dos assaltos a hotéis, Elidérico Viegas descreveu como “preocupante” a frequência de assaltos a turistas, porque “muitos deles nem são participados oficialmente”, e apontando a necessidade de mais investigação, de forma a prevenir os crimes e o alarme que provocam nos mercados turísticos emissores.

“Isto tudo não se resolve não falando de segurança, como se pensou em tempos, mas sim com ações concretas eficazes para combater esta onda de violência”, concluiu o presidente da AHETA.

Os dois homens encapuzados que assaltaram na madrugada de sábado a receção do hotel Four Seasons, em Vilamoura, agrediram um segurança e levaram uma quantia não divulgada de dinheiro.

Lusa