O material que vai equipar hospitais e escolas guineenses, seguiu já num contentor, por via marítima, e será entregue a partir do final do mês, pelos elementos da Humanitarius que partem de Portimão, a 22 de março, em três veículos todo-o-terreno, numa viagem de cerca de 6000 quilómetros.

As necessidades do povo guineense levaram a que um grupo de pessoas, que há três anos participou na expedição Portimão-Guiné Bissau, constituísse a associação Humanitarius, como forma de angariar equipamentos que pudessem apoiar aquela população africana.

“Sentimos uma obrigação enorme de apoiar aquele povo, que nos acolheu muito bem e que tem muitas necessidades ao nível da educação e da saúde”, disse à Agência Lusa o coordenador do projeto.

Segundo João Almeida, entre o material recolhido este ano pela associação, estão dois blocos operatórios de otorrino e oftalmologia, duas incubadoras, 40 berços para recém-nascidos, estufas de esterilização, ventilação assistida, camas articuláveis, ecógrafo, encefalógrafo e aspiradores de secreções.

Além do equipamento hospitalar, doado pelo Hospital de Faro e pelo Centro Hospitalar do Barlavento Algarvio, seguiu igualmente material escolar e de apoio social, oferecido por empresas e particulares.

“São roupas, calçado e milhares de brinquedos, entre outras doações para serem distribuídas pelas tabancas do interior, assim como material escolar para apoio na área educativa”, acrescentou.

“Parte do equipamento será distribuído em Buba, localidade onde, no ano passado, também entregámos diverso material”, destacou João Almeida.

Segundo o fundador da Humanitarius, a distribuição será feita pessoalmente pelas sete pessoas que partem de Portugal, dia 22, entre as quais dois médicos.

“A médica Ana Lopes dará consultas gratuitas de despistagem de diabetologia, a mulheres e crianças, em orfanatos e hospitais do interior do território guineense, com o patrocínio do Hospital de Faro”, observou.

João Almeida acrescentou que a associação, com sede em Portimão, vai ainda mediar “o apadrinhamento de duas escolas, uma tutelada pelo município de Lagos e outra pelo município de Vila do Bispo”.

“Temos sentido uma grande solidariedade de todos em ajudar o povo da Guiné”, disse João Almeida, lamentando, contudo, a falta de apoio financeiro para fazer chegar àquele país, todo o material doado.

“Temos equipamento que não seguiu, porque não temos dinheiro para pagar o transporte de outro contentor para aquele país africano”, lamentou o coordenador de projetos da Humanitarius.

A caravana da terceira expedição da Humanitarius sai de Portimão, a 22 de março, e será “escoltada” até Vila Real de Santo António, por vários motoclubes algarvios, numa viagem que a levará até à Guiné-Bissau, com passagem por Marrocos, Mauritânia e Senegal.

Lusa