Em declarações à Lusa, a presidente da direção da Associação, Maria Cabral, afirmou que a Orquestra do Algarve “é a única estrutura profissional que divulga a música erudita” e o despacho “reconhece o papel desempenhado ao longo dos anos” neste âmbito.
“A falta desta subvenção seria um rude golpe, por isso vemos com bons olhos a sua manutenção e o reconhecimento da importância das orquestras regionais na divulgação da música erudita”, afirmou a presidente da direção da Associação Musical do Algarve.
De acordo com um despacho publicado hoje em Diário da República, que aprova as normas que regulam a concessão do financiamento das orquestras regionais, a Associação Norte Cultural, que gere a Orquestra do Norte, receberá um apoio financeiro anual de 760 mil euros.
À Associação Musical das Beiras, responsável pela Orquestra Filarmonia das Beiras, é atribuído o apoio de cerca de 552 mil euros, e a Associação Musical do Algarve, que gere a Orquestra do Algarve, receberá cerca de 664 mil euros.
No despacho, o secretário de Estado da Cultura, Francisco José Viegas, reconhece que é "necessário estabelecer um financiamento que permita uma maior estabilidade e consolidação das orquestras já existentes", alterando-se, ainda assim, "pontualmente, os critérios do respetivo financiamento".
Maria Cabral sublinhou que a subvenção estatal representa apenas 60 por cento do valor que a Associação Musical do Algarve recebe dos sócios, ficando os restantes 40 por cento a cargo das autarquias da região que também financiam a Orquestra do Algarve.
A presidente da Associação acrescentou, no entanto, que este valor fica aquém do total do orçamento anual, que foi nos últimos dois anos 1,6 milhões de euros, e que o restante tem sido obtido através da venda de serviços e através de parcerias com entidades privadas que também financiam a orquestra.
A conjuntura económica tem causando, segundo a responsável da Orquestra do Algarve, algumas dificuldades na obtenção de financiamento privado, mas manifestou-se confiante de que conseguirá este ano “levar o barco a bom porto” e garantir o seu funcionamento.
“A Associação tem uma gestão profissional, muito rigorosa, que faz planos com antecedência e que são ajustados constantemente à realidade. E tem feito um esforço enorme para conseguir vender concertos e obter outras fontes de receita”, afirmou.
Lusa