A Associação dos Empresários de Quarteira e Vilamoura disse ontem que o Ikea está a ameaçar os proponentes de uma ação popular contra o Plano de Urbanização Caliços-Esteval (Loulé) para a instalação de um centro comercial daquele grupo sueco.
Segundo os proponentes da ação popular, o Ikea, através dos seus representantes legais, “vem agora ameaçar os proponentes da ação popular interposta no Tribunal Administrativo e Fiscal de Loulé com ações judiciais individuais”, lê-se num comunicado divulgado ontem.
Segundo a Associação dos Empresários de Quarteira e Vilamoura, uma carta datada de 17 de fevereiro notifica os promotores da ação popular da intenção do grupo Ikea em “avançar com todos os meios judiciais para defender os seus interesses legítimos e ainda solicitar indemnizações pecuniárias aos proponentes da ação, tanto associações, como pessoas individuais”.
Além da associação dos empresários, são ainda promotores da ação popular a Associação dos Jovens Empresários ANJE/Algarve, Associação de Comércio e Serviços da Região do Algarve (ACRAL), Associação de Hotéis e Empreendimentos Turísticos do Algarve (AHETA) e particulares.
A ação popular pretendeu suspender o Plano de Urbanização Caliços-Esteval (PUCE) – plano aprovado no mandato do ex-presidente da Câmara de Loulé, Seruca Emídio, porque – argumentam – se encontra em “terrenos de infiltração máxima, que escorrem para os aquíferos subterrâneos da bacia hidrográfica que alimenta a Ria Formosa e confinantes com o principal corredor ecológico que liga a serra ao litoral”.
Os promotores da ação popular contra a autarquia de Loulé e contra o grupo Ikea dizem que há uma “alternativa menos gravosa do que a preconizada pelo PUCE”.
Em causa está a localização prevista para a superfície do grupo sueco, que deverá abrir no final de 2014, junto ao nó Loulé/Faro da Via Infante de Sagres, numa zona próxima ao Estádio Algarve.
O PUCE foi aprovado em fevereiro de 2013, facto que implicou a reclassificação daqueles terrenos, que antes integravam a Reserva Agrícola Nacional, para uso urbano.
Algumas das associações proponentes da ação popular apresentaram uma providência cautelar no final de 2011, mas o tribunal deu parecer favorável à localização prevista para a futura loja do Ikea.
O grupo sueco quer fazer um investimento estimado em 200 milhões de euros, que deverá criar cerca de três mil postos de trabalho, diretos e indiretos.