Concluiu-se ao início da tarde de hoje a 17ª edição da atualização do clero das dioceses do sul do país com o desafio aos participantes para que ponham a “marca de Jesus Cristo” no “mundo novo que está a nascer”.
A proposta foi proferida pelo arcebispo de Évora que aludiu ao tempo presente num “contexto de antropologias vazias de ideais, valores, de mutação civilizacional, de início de uma grande revolução tecnológica com a inteligência artificial”. “É um mundo que morre, mas não acaba nada. Há outro que está a nascer e nós temos de partir com o mundo novo que está a nascer. Agora somos chamados a pôr a marca de Jesus Cristo nesta nova época que nos é dado viver”, referiu D. Francisco Senra Coelho.
Após a apresentação das conclusões na sessão de encerramento da iniciativa, subordinada à temática “Presbíteros, «à imagem e semelhança» do Bom Pastor”, que contou com cerca de 80 participantes — entre bispos, padres, diáconos e alguns dos seminaristas em final de formação — aquele responsável pela Província Eclesiástica de Évora felicitou e sublinhou a “atualização e a oportunidade” do tema escolhido pelo Instituto Superior de Teologia de Évora (ISTE), promotor da formação.
“O ISTE foi mestre e profeta ao centrar-nos”, considerou, acrescentando que “o tema foi em cheio”. “Centrou-nos, pôs-nos a rever aquilo que temos de ser na unidade dos presbitérios e no ministério dos religiosos que partilham o seu presbiterado e o seu carisma com as dioceses”, sustentou.
D. Francisco Senra Coelho considerou ainda que o encontro, “com sugestões muito interessantes”, foi “aprofundado”, “com ligação próxima à pastoral” e à vida do clero. “Para mim este encontro foi retiro, revisão de vida”, prosseguiu, garantindo ter servido para “rever assuntos estudados, aprender coisas desconhecidas, conviver e rezar”.
Por outro lado, destacou a “convivência entre as dioceses” e o “espírito de simplicidade, de convívio, de transparência, de partilha”. “Uma das coisas que se sente nestes encontros é a alegria dos padres”, garantiu.
O bispo de Beja sublinhou as conferências “muito centradas no essencial” e “muito diretas” à dos participantes. “Esta semana foi uma semana de revisão da minha vida de pastor nos seus diversos aspetos”, afirmou D. João Marcos.

O bispo do Algarve também destacou aquelas jornadas como um “serviço” às dioceses da Província Eclesiástica de Évora e à Diocese de Setúbal que a elas se tem juntado nas últimas edições. “Foram umas jornadas, tematicamente, também muito enriquecedoras para mim”, considerou D. Manuel Quintas.
Já o responsável da formação do clero da Diocese de Setúbal disse ter sido um “tempo de reflexão e de aprofundamento de temáticas, de rezar em conjunto, importante para enfrentar as ondas e os tumultos” do dia a dia. O padre Daniel Nascimento destacou também “a relevância e a diversidade dos temas que foram aprofundados” e a “partilha fraterna”.
Para além dos bispos das quatro dioceses, participaram ainda nas jornadas o recentemente eleito bispo de São Tomé e Príncipe, D. João de Ceita Nazaré, e o bispo emérito daquela diocese, D. Manuel António dos Santos, a colaborar nas paróquias algarvias de Tavira. Esteve ainda presente o núncio apostólico (embaixador da Santa Sé) em Portugal, D. Ivo Scapolo.
O encontro, cujo serviço e guião de liturgia foram organizados pelo cónego Carlos de Aquino, sacerdote da Diocese do Algarve e docente do ISTE, incluiu ainda uma visita a Silves na tarde de 17 de janeiro.
O ISTE foi criado a 8 de setembro de 1977, por decreto do então arcebispo de Évora, D. David de Sousa, e passou a ser interdiocesano em 1985, com estatutos aprovados pelos três bispos da Província Eclesiástica de Évora, constituída pelas Dioceses do Algarve, Beja e Évora.