A presidente da Câmara de Silves (CDU) lamentou hoje que a população da freguesia interior de São Marcos da Serra esteja praticamente isolada, situação que se agravou com a suspensão da paragem de comboios naquela estação, há dois anos.
“É um descontentamento muito grande. As pessoas em São Marcos da Serra sentem-se completamente esquecidas”, afirmou Rosa Palma à agência Lusa, sublinhando que aquela freguesia tem sido das mais penalizadas, no que respeita à retirada de serviços.
Desde 11 de dezembro de 2011 que os comboios já não param em São Marcos da Serra, no âmbito da alteração da oferta da CP na Linha do Sul, que passou a considerar Messines como polo agregador para a paragem do Intercidades.
Segundo Rosa Palma, a medida, que classifica como economicista, veio agravar o isolamento daquela população, que dispõe apenas de um autocarro de ligação a Messines, com partida de manhã e chegada ao final do dia e, agora, de um táxi.
“Temos agora um táxi lá, que não é a tempo inteiro, mas são valores elevados”, sublinhou, defendendo que as empresas públicas não são entidades privadas “que pretendem ter lucros” e que deviam ter em conta as necessidades da população.
A falta de meios de transporte públicos que sirvam aquela freguesia do interior, que tem menos de 1.500 habitantes, fez, por exemplo, com que as pessoas deixassem de ir ao mercado mensal de Messines, observou Rosa Palma.
Segundo a autarca, a tesouraria da Segurança Social que existia em São Marcos também foi encerrada, tal como a de Messines, a cerca de 20 quilómetros de distância, sendo agora apenas possível fazer esses pagamentos em Silves.
A professora Rosa Palma, vereadora durante o último mandato, foi eleita pela primeira vez para o cargo nas autárquicas de setembro, recuperando a Câmara de Silves para a CDU, doze anos depois de domínio social-democrata.