A bailarina Vera Mantero apresenta desde domingo, no Brasil, um espetáculo sobre a desertificação da Serra do Caldeirão, no Algarve, que estará em digressão por quatro cidades do país.
O espetáculo, intitulado “Os serrenhos do Caldeirão, exercícios em Antropologia ficcional” foi apresentado no domingo na Mostra Internacional Manga de Vento, no teatro de Pirenópolis.
Ainda no âmbito do mesmo festival, decorreu ontem a apresentação no Teatro São Joaquim, em Goiás, seguiu-se amanhã, 06 de março, em Goiânia, e a 07 e 09 de março no Teatro Plínio Marcos, em Brasília.
Este trabalho foi elaborado no âmbito do Festival Encontros do Devir, da Associação de Atividades Culturais DeVIR, em Loulé, focado no tema da desertificação e desumanização da Serra do Caldeirão.
O convite feito a Vera Mantero incluía a criação de imagens vídeo feitas na serra pela bailarina e coreógrafa.
A criadora também usou recolhas em filme do etnomusicólogo Michel Giacometti (1929-1990), sobretudo as em torno das canções de trabalho na região.
Na peça, Vera Mantero fala de um povo com uma sabedoria que liga o corpo ao espírito, e que está em risco de desaparecer.
A conceção e interpretação é de Vera Mantero, a banda sonora e luz de Hugo Coelho e Vera Mantero, a recolha de imagens e elaboração de guião para o vídeo também da coreógrafa.
Os excertos de vídeo da Filmografia Completa de Michel Giacometti foram feitos em Salir, Cava da Manta (Coimbra), Dornelas (Coimbra), Teixoso (Covilhã), Manhouce (Viseu), Córdova de S. Pedro Paus (Viseu) e Portimão.
Excertos de textos retirados das obras de Antonin Artaud, Eduardo Viveiros de Castro, Jacques Prévert e Vera Mantero.
O espetáculo é uma produção da associação O Rumo do Fumo em coprodução com a DeVIR.